BRUXELAS 25 abr. (EUROPA PRESS) -
Cerca de 30 eurodeputados denunciaram ao primeiro-ministro grego Kyriakos Mitstakis, na sexta-feira, a venda de navios gregos para a Rússia, que Moscou usa para contornar as sanções europeias, um fenômeno conhecido como "frota sombra", e pediram um maior controle para acabar com a transação.
Em uma carta assinada por 36 eurodeputados, os parlamentares reclamam que os navios gregos representam 37% dos petroleiros usados pela Rússia em sua "frota sombra" para contornar as sanções europeias contra o petróleo bruto russo, como mostram as últimas sanções impostas pelos EUA no início deste ano contra a frota russa.
"Perguntamos ao primeiro-ministro Mitsotakis se seu governo estava ciente do aumento da venda de navios antigos, impróprios para uso, logo após fevereiro de 2022, e por que não havia nenhuma suspeita ou ação para impedir que eles se juntassem à frota sombra da Rússia", disse o liberal lituano Petras Austrevicius, promotor da iniciativa.
Os parlamentares lamentam que o governo grego não tenha tomado medidas eficazes para impedir a venda dessas embarcações e apontam que a Rússia ganhou US$ 9,4 bilhões no comércio de petróleo como resultado dessa manobra.
"Essas ações irresponsáveis, que visam ao lucro econômico, não só contribuem diretamente para o sofrimento do povo ucraniano, mas também prejudicam a segurança europeia e grega, além de causar riscos ambientais", disse Austrevicius.
Eles pedem que Atenas tome "todas as medidas necessárias para impedir qualquer outra venda de embarcações de propriedade grega a entidades de propriedade russa", bem como a entidades cuja procedência não possa ser verificada ou que sejam suspeitas de colaborar com Moscou.
Do lado da Comissão Europeia, o porta-voz comercial Olof Gill lembrou que a UE mantém sanções contra 153 embarcações, que estão proibidas de acessar e prestar serviços em portos europeus. "Estamos constantemente analisando os dados e as propostas dos estados-membros para uma possível inclusão futura de navios", explicou, sem especificar se a UE tomará uma nova medida para sancionar a venda de navios à Rússia ou a empresas ligadas ao Kremlin.
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