MADRID, 21 nov. (EUROPA PRESS) -
A esquerda brasileira se mobilizou nesta quinta-feira para tentar impedir que o deputado e ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, fuja da justiça antes de sua suposta fuga para os Estados Unidos após ser condenado a 16 anos de prisão por seu papel na tentativa de golpe liderada pelo ex-presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro.
O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) solicitou ao juiz do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, o juiz investigador do caso, que ordenasse a prisão de Ramagem, ao mesmo tempo em que pediu à polícia que iniciasse uma investigação sobre sua saída do território brasileiro.
O grupo fez o pedido depois que o portal de notícias Plató BR o localizou e publicou imagens dele em um apartamento de luxo em Miami, nos Estados Unidos, apesar de o magistrado ter ordenado a entrega de seu passaporte e a proibição de deixar o país sem autorização.
De acordo com a mesma mídia, o ex-chefe de inteligência de Bolsonaro viajou para Boa Vista, a capital do estado mais ao norte do Brasil, Roraima, onde ele e sua esposa foram delegados da Polícia Civil e da Polícia Federal, respectivamente, em 9 de setembro - no mesmo dia em que ele tirou uma licença médica como membro do parlamento. Dois dias depois, em 11 de setembro, ele reapareceu em Miami, observou o site.
Diante dessa situação, o deputado Pastor Henrique, do PSOL, pediu a De Moraes que decretasse a prisão preventiva sem prazo determinado devido ao "risco de fuga ou impedimento da execução da pena", segundo o jornal 'Folha'.
Na mesma linha, o líder do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias, fez o mesmo pedido ao STF e acrescentou um pedido de esclarecimento à Mesa Diretora da Câmara sobre o ocorrido.
"O que está em jogo é a autoridade das instituições. Um parlamentar condenado por crimes graves contra a democracia não pode fugir para Miami como se nada tivesse acontecido", ressaltou.
A suposta fuga de Ramagen segue-se às saídas, nos últimos meses, dos deputados condenados Carla Zambelli - que foi presa em Roma e aguarda extradição - e Eduardo Bolsonaro, que esteve envolvido na campanha contra juízes do Supremo Tribunal Federal brasileiro no julgamento contra seu pai.
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