Casa Branca espera "melhores relações" com Bogotá
MADRID, 9 jul. (EUROPA PRESS) -
O embaixador da Colômbia nos Estados Unidos, Daniel García-Peña, enfatizou a importância de Washington e Bogotá poderem "superar as diferenças" em uma entrevista coletiva realizada na terça-feira na sede diplomática, depois que o presidente colombiano Gustavo Petro ordenou que seu representante no país norte-americano retornasse ao seu posto após ter sido chamado para consultas na última sexta-feira.
"Estamos comprometidos com a relação bilateral", disse García-Peña, enfatizando a importância para ambos os países de "sermos capazes de superar as diferenças que temos". "O presidente foi muito claro nas instruções que recebi para retornar aqui a Washington: como manter esses diálogos abertos e insistir em uma agenda construtiva que beneficie os dois países", explicou ele em uma aparição da delegação diplomática.
O embaixador reconheceu a existência de diferenças entre Washington e Bogotá, mas ressaltou que "o objetivo é que nos concentremos naqueles itens, naqueles assuntos que são de interesse comum, onde há coincidências claras que foram construídas historicamente" entre dois países que, de acordo com suas explicações, "sempre buscam, por meio de canais diplomáticos, superar diferenças e mal-entendidos para fortalecer o relacionamento".
Dessa forma, ele detalhou um plano para aprofundar a agenda bilateral, que inclui "a luta contra o crime transnacional, onde a Colômbia e os Estados Unidos têm inimigos comuns" e a política de extradição, na qual ele enfatizou que "este governo cumpriu as ordens de extradição, superando os níveis históricos".
No mesmo contexto, García-Peña se referiu a duas extradições suspensas pelas autoridades colombianas para indivíduos envolvidos em processos de paz, uma medida que ele vinculou a uma política já desenvolvida por administrações anteriores. No entanto, o embaixador afirmou que "a suspensão não implica o descumprimento da ordem de extradição", já que "caso esses indivíduos não cumpram os compromissos, (as suspensões) serão revogadas e eles serão imediatamente extraditados para os Estados Unidos".
Outro dos temas centrais da agenda bilateral se concentra nas expulsões de cidadãos colombianos dos Estados Unidos, assunto sobre o qual "o presidente reiterou o compromisso da Colômbia de continuar colaborando com processos de deportação dignos".
Além disso, o diplomata colombiano também fez referência à relação comercial entre os dois países no contexto do lançamento de tarifas para a maioria dos países do mundo pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Nesse sentido, García-Peña reiterou a disposição da Colômbia de "analisar o que os americanos consideram como obstáculos ou barreiras ao comércio para garantir, por um lado, que essa relação bilateral entre os dois países continue a se expandir em termos de comércio e também o acesso dos produtos colombianos ao mercado dos EUA".
OS EUA ESPERAM "UM RELACIONAMENTO MELHOR" COM A COLÔMBIA
Ao mesmo tempo, a secretária de Segurança Interna dos EUA, Kristi Noem, realizou uma coletiva de imprensa na qual confirmou "conversas sobre acordos de segurança com a Colômbia". "Sei que também houve negociações comerciais com esse país e esperamos ter um relacionamento melhor com ele", acrescentou.
"Sei que o presidente Trump está trabalhando arduamente para construir relacionamentos com todos os países para garantir que estamos devolvendo para casa seus cidadãos que possam estar em nosso país cometendo crimes ilegalmente", disse ele sobre a intensa política de deportação de seu governo.
As declarações das duas autoridades foram feitas um dia depois que o Ministério das Relações Exteriores da Colômbia divulgou uma carta enviada por Petro a Trump para se desculpar por suas declarações, nas quais ele se referia ao Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, por seu suposto envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado.
O presidente colombiano queria "esclarecer que qualquer expressão minha que tenha sido interpretada como uma acusação direta não teve a intenção de apontar o dedo para ninguém ou questionar o papel dos Estados Unidos sem fundamento".
Na carta, Petro rejeitou "categoricamente" as acusações após o ataque ao político conservador Miguel Uribe, atribuindo o ataque à "retórica violenta" de Bogotá, um esclarecimento após o qual ele propôs virar a página e pediu uma cúpula entre o governo dos EUA e os da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC).
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