MADRID 6 jul. (EUROPA PRESS) -
Os ministros das finanças e os governadores dos bancos centrais dos países do BRICS emitiram uma declaração conjunta no Rio de Janeiro (Brasil) no sábado, na qual deram as boas-vindas aos seus novos membros e pediram uma maior cooperação entre os países do chamado Sul Global com o objetivo de "ter uma voz maior" e alcançar uma "governança mais inclusiva" para corrigir sua "sub-representação histórica".
"Os países membros do BRICS compreendem quase metade da população mundial (...) respondem por cerca de 40% do Produto Interno Bruto (PIB) global e (...) cerca de um quarto do comércio e dos investimentos globais. No entanto, reconhecemos que ainda há muito a ser feito para garantir que os benefícios da globalização, do crescimento econômico e da produtividade sejam distribuídos de forma mais equitativa", dizem os primeiros pontos do comunicado emitido pelo grupo.
Os países do grupo - que reúne as principais economias emergentes - expressaram "profunda preocupação" com o aumento das tarifas e outras medidas unilaterais que contradizem os princípios orientadores da Organização Mundial do Comércio (OMC) e "distorcem o comércio", levando a guerras comerciais que poderiam "mergulhar a economia mundial em recessão ou prolongar ainda mais o fraco crescimento".
Nesse sentido, eles pediram uma cooperação contínua para "salvaguardar e fortalecer um sistema de comércio multilateral não discriminatório, aberto, justo, inclusivo, equitativo, transparente e baseado em regras". Somente dessa forma, acreditam, será possível lidar com a crescente "alta incerteza" e "intensa volatilidade" da economia global.
A diminuição das atuais tensões comerciais, continua a nota, promoveria a médio e longo prazo um "crescimento global forte, sustentável e mais equilibrado", o que resultaria em uma "globalização econômica universalmente benéfica e inclusiva".
Para isso, é essencial criar "instituições financeiras internacionais mais eficazes, representativas e legítimas", não necessariamente diferentes daquelas criadas em Bretton Woods, mas "mais ágeis, inclusivas, imparciais e representativas", o que reforçaria sua legitimidade.
MAIOR VOZ E REPRESENTAÇÃO
Além das questões puramente comerciais e econômicas, os representantes do BRICS enfatizaram a importância de alterar "sua sub-representação histórica" no cenário internacional e exigiram uma "maior voz e representação dos países em desenvolvimento" em questões relacionadas à pobreza e à desigualdade, mas também à criação de empregos, às mudanças climáticas e à digitalização.
Nesse contexto, a nota conjunta enfatiza o papel "estratégico" do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) no caminho desses países rumo a uma "segunda década de ouro de desenvolvimento de alta qualidade" e apresentou essa organização "como um agente robusto de desenvolvimento e modernização no Sul Global".
"Saudamos a expansão constante da capacidade do Banco de mobilizar recursos, fomentar a inovação, expandir o financiamento em moedas locais, diversificar as fontes de financiamento e apoiar projetos de impacto que promovam o desenvolvimento sustentável, reduzam a desigualdade e fomentem o investimento em infraestrutura e integração econômica", acrescentaram, incentivando a expansão de seus membros como forma de melhorar "sua governança, resiliência institucional e eficácia operacional".
Além disso, elogiaram outros instrumentos criados no âmbito do grupo, como o Fórum de Chefes de Autoridades Fiscais do BRICS, o "Relatório sobre Abordagens de Risco Climático e Testes de Resiliência Climática no Setor Financeiro", seu Canal de Informações de Segurança Rápida ou suas contribuições para a Rede de Think Tanks para Finanças (BTTNF), que permitem ao grupo "avançar (suas) iniciativas e fortalecer ainda mais a coordenação" entre seus membros, sempre "com o objetivo de garantir uma transição tranquila e manter o impulso sob a presidência da Índia em 2026".
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