Publicado 19/12/2025 00:35

O Egito diz que seu acordo de gás com Israel não tem "implicação política" em seu apoio à Palestina

Archivo - EGITO, CAIRO - 10 de novembro de 2025: O presidente do Egito, Abdel Fattah El-Sisi, é visto durante uma reunião com Sergei Shoigu, secretário do Conselho de Segurança da Rússia, no Palácio Al-Ittihadiya
Europa Press/Contacto/Alexander Ryumin - Arquivo

MADRID 19 dez. (EUROPA PRESS) -

O governo egípcio assegurou nesta quinta-feira que o acordo anunciado no dia anterior por Israel para fornecer gás ao país norte-africano "não implica nenhuma dimensão política", nem, em particular, seu apoio "firme e inabalável" ao povo palestino e à solução de dois Estados.

"O acordo em questão é uma transação puramente comercial concluída exclusivamente com base em considerações econômicas e de investimento e não envolve nenhuma dimensão ou entendimento político", disse o porta-voz Diaa Rashwan em um comunicado, enfatizando que "algumas reportagens da mídia (...) são imprecisas em suas implicações".

Ele também apontou para "campanhas hostis da mídia que buscam politizar um acordo puramente comercial", sem citar os responsáveis, antes de enfatizar que "o momento do anúncio não altera o fato de que o acordo é o resultado de negociações comerciais previamente concluídas de acordo com os princípios do mercado".

Vale lembrar que, no final deste mês, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e o presidente dos EUA Donald Trump, que declarou esperar a presença de seu colega egípcio Abdelfattah al-Sisi, se reunirão para discutir as medidas a serem tomadas em relação à segunda fase do plano para o futuro da Faixa de Gaza.

Rashwan defendeu o apoio "firme e inabalável" do Cairo aos direitos "legítimos" dos palestinos, bem como a "rejeição do deslocamento forçado e a adesão à solução de dois Estados", e destacou o papel "decisivo" da diplomacia egípcia nesse sentido, referindo-se à cúpula realizada em Sharm el-Sheikh, onde foi assinado o acordo de cessar-fogo para a Faixa de Gaza. Isso, segundo ele, "demonstra a consistência da posição política e moral do Egito".

O porta-voz do governo egípcio insistiu na natureza "comercial" do acordo - que está avaliado em 29,5 bilhões de euros, de acordo com Netanyahu - e garantiu que "ele está totalmente livre de qualquer interpretação ou uso político".

"Esses contratos foram concluídos sem qualquer intervenção direta do governo. O acordo é de claro interesse estratégico do Egito, ou seja, fortalecer sua posição como o único centro regional de comércio de gás no leste do Mediterrâneo", disse ele, gabando-se da "infraestrutura avançada" do Egito para esse fim.

Rashwan enfatizou que o acordo incluirá empresas egípcias "especializadas em receber, transportar e comercializar gás natural", além da participação já anunciada da Chevron, sediada nos EUA.

O Egito vem comprando grandes volumes de gás natural liquefeito desde que se tornou um importador líquido de gás em 2024, em face do aumento da demanda doméstica e do declínio da produção de seus próprios campos. O acordo com Israel pode levar o país do norte da África a importar menos gás natural liquefeito no futuro.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

Contador

Contenido patrocinado