MADRID 3 jul. (EUROPA PRESS) -
O candidato presidencial da oposição venezuelana, Edmundo González, denunciou nesta terça-feira que a expulsão do escritório do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos "castiga aqueles que buscam justiça" e assegurou que a medida e a declaração de seu diretor, Volker Turk, como persona 'non grata', "não apaga crimes nem silencia fatos".
"Expulsar o escritório do Alto Comissariado para os Direitos Humanos, Volker Turk, e declará-lo persona 'non grata', pune aqueles que apontam a repressão e buscam justiça, aqueles que documentam o que o regime quer esconder. (É) uma decisão que não prejudica a ONU, mas prejudica a Venezuela", lamentou em sua conta na rede social X.
A oposição denunciou que as autoridades de Caracas tomaram essa decisão porque Turk "disse a verdade". "É totalmente verdade que a repressão aumentou após as eleições, que as pessoas estão presas, que as pessoas são torturadas e desaparecem, que a sociedade civil é criminalizada e que o regime intimida e persegue", acrescentou na mesma publicação.
González também insistiu que a medida "não apaga os crimes nem silencia os fatos", fazendo alusão ao último relatório do chefe de Direitos Humanos da ONU "que mostra mais de 900 presos políticos, 84 desaparecimentos forçados, 32 torturas documentadas e oito milhões de venezuelanos no exílio".
"Encerro com o ditado óbvio: o sol não pode ser tapado com um dedo, uma expulsão não apaga ou esconde a realidade venezuelana, o regime tortura, desaparece e persegue pessoas inocentes", afirmou.
O Parlamento venezuelano declarou Turk 'persona non grata' na terça-feira, considerando que ele tem "sujado" o cargo de Alto Comissário, depois que ele publicou um relatório que abrange desde maio de 2024 e no qual são registrados abusos, incluindo detenções arbitrárias, desaparecimentos forçados, tortura e maus-tratos, que se agravaram coincidindo com os últimos processos eleitorais.
A Venezuela acusa Turk de ter motivações políticas e de fazer vista grossa quando abusos foram cometidos contra cidadãos venezuelanos em países como El Salvador ou nos Estados Unidos, com as recentes invasões de migrantes.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, lamentou a decisão da Assembleia Nacional da Venezuela, embora não tenha recebido confirmação oficial dessa decisão.
Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático