ALGECIRAS (CÁDIZ), 13 (EUROPA PRESS)
A Unidade Central de Redes de Imigração Ilegal e Falsificações Documentais (Ucrif) da Delegacia de Polícia Local de Algeciras (Cádiz) prendeu um total de 12 pessoas por supostamente pertencerem a uma organização criminosa dedicada à introdução ilegal de migrantes de origem marroquina de Ceuta para a costa de Algeciras.
A estrutura do grupo criminoso permitia que ele operasse em diferentes pontos da costa peninsular com uma logística "bem organizada", conforme indicou a Polícia Nacional em uma nota.
Para transportar os migrantes, a organização usou barcos de recreio roubados de diferentes marinas no Campo de Gibraltar, em Cádiz, e na Costa del Sol, em Málaga.
A investigação começou em julho de 2024, quando um barco de recreio chegou à praia de Getares, em Algeciras, transportando dois menores estrangeiros desacompanhados. Descobriu-se então que o barco havia sido roubado alguns dias antes de uma marina em Algeciras.
A partir desse evento, foi detectada uma série de roubos de barcos em marinas da região, que mais tarde foram encontrados abandonados na costa de Algeciras, evidenciando seu uso para o tráfico clandestino de imigrantes.
Para cometer os roubos, a organização contava com o apoio de funcionários do iate clube, que forneciam informações sobre os barcos "mais adequados" para serem roubados e facilitavam o acesso aos pontões. Eles também alertavam sobre a possível presença da polícia para minimizar o risco de detecção. Depois que o barco a ser roubado era identificado, outros membros da organização acessavam os pontões e o roubavam, levando-o para Ceuta.
Na cidade autônoma, em áreas de difícil acesso, outros membros do grupo os aguardavam com os migrantes que seriam transferidos para a península. Aqui, era feita uma mudança de piloto, muitas vezes usando menores para dirigir os barcos, aproveitando a menor reprovação criminal no caso de serem interceptados.
A organização, de acordo com a polícia, não hesitava em expor os menores e os migrantes a situações de "perigo extremo", já que os barcos muitas vezes estavam muito além de sua capacidade, viajando em condições precárias e superlotadas para evitar suspeitas.
De acordo com fontes policiais, a organização conseguiu contrabandear 40 pessoas para o território espanhol, cobrando de cada uma entre 4.000 e 4.500 euros pela passagem, o que teria gerado lucros de aproximadamente 180.000 euros.
Após vários meses de investigação, em dezembro de 2024, várias entradas e buscas foram realizadas em Ceuta, levando à prisão dos principais membros da organização criminosa. Recentemente, dois outros membros responsáveis pelo roubo de barcos em marinas foram presos.
A operação resultou em um total de 12 detidos, cinco dos quais foram enviados para prisão preventiva por ordem do Tribunal número 3 de Algeciras. Além disso, seis barcos de recreio foram recuperados e devolvidos a seus legítimos proprietários.
Essa operação representa "um duro golpe" contra as redes ilegais de tráfico de pessoas e demonstra o compromisso das forças de segurança na luta contra esse tipo de crime.
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