MADRID 8 jul. (EUROPA PRESS) -
Um tribunal mexicano condenou as dez pessoas presas por seu suposto envolvimento em crimes cometidos em uma fazenda no estado de Jalisco, onde foram descobertos numerosos restos humanos e três fornos crematórios clandestinos, terra usada pelo Cartel de Jalisco - Nova Geração (CJNG) como centro de confinamento, treinamento e extermínio.
"As dez pessoas presas em Rancho Izaguirre foram consideradas culpadas após a audiência de julgamento oral, na qual foram acusadas de três crimes contra três vítimas: desaparecimento cometido por particulares, desaparecimento agravado cometido por particulares e homicídio agravado", disse o Ministério Público de Jalisco em um comunicado.
A Promotoria lembrou que os dez homens foram presos em setembro de 2024 em Rancho Izaguirre, localizado em Teuchitlán, depois que os agentes foram ao local após receberem informações sobre tiros na área, onde houve um confronto armado antes que as forças de segurança conseguissem prender os suspeitos.
A Promotoria lembrou que, quando os agentes conseguiram entrar na fazenda, encontraram um cadáver e duas pessoas sequestradas. "Após as alegações finais e o debate subsequente, em 7 de julho, o tribunal decidiu condenar os dez acusados por todas as acusações e suas circunstâncias agravantes", disse, antes de ressaltar que uma audiência será realizada na terça-feira para anunciar as sentenças contra eles.
"A Procuradoria do Estado, por meio da Procuradoria Adjunta para Pessoas Desaparecidas, ressalta seu compromisso de combater a impunidade, bem como de manter um trabalho constante para esclarecer os fatos nos casos em que as pessoas são dadas como desaparecidas", disse ele sobre o caso, que causou grande controvérsia no país norte-americano.
Em abril, o Comitê das Nações Unidas contra Desaparecimentos Forçados (CCDF) emitiu medidas cautelares ao México para garantir a correta salvaguarda dos restos mortais e objetos pessoais das pessoas desaparecidas no local, ao mesmo tempo em que denunciou que "as pessoas que compõem os grupos de busca de desaparecidos que fizeram a descoberta em Rancho Izaguirre estão sendo submetidas a ameaças, intimidações e represálias".
Posteriormente, o procurador-geral do México, Alejandro Gertz Manero, reconheceu a existência de "anos de impunidade" no caso de Rancho Izaguirre. "Não podemos aceitar que tenha havido um nível de impunidade por tantos anos nessa área sem uma resposta muito clara e precisa da justiça", lamentou ele durante uma coletiva de imprensa com a presidente mexicana Claudia Sheinbaum.
O governo mexicano explicou que o CJNG recrutou jovens com falsas ofertas de emprego como guardas de segurança com salários de até 12.000 pesos (cerca de 550 euros) por semana. Uma vez transferidos para o rancho, eles eram mantidos incomunicáveis enquanto recebiam treinamento físico e com armas e eram integrados à organização ou designados para diferentes tarefas.
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