Rober Solsona - Europa Press
MADRID, 2 nov. (EUROPA PRESS) -
A incógnita sobre o futuro político imediato do presidente da Generalitat, Carlos Mazón, abriu um cenário de confusão nas fileiras do PP, à espera de que o líder da formação, Alberto Núñez Feijóo, marque o roteiro a seguir. Embora a liderança do PP - por meio do Comitê Eleitoral Nacional - seja responsável pela nomeação dos candidatos regionais, "a decisão de renunciar ou não depende dele", conforme fontes da liderança do partido lembraram à Europa Press.
Por enquanto, Feijóo e Mazón manterão uma conversa neste domingo para "analisar o contexto político da Comunidade Valenciana", com o objetivo de abordar "tanto as necessidades da Comunidade Valenciana quanto as do PPCV no momento", conforme anunciado pelo Secretário Adjunto de Regeneração Institucional do PP, Cuca Gamarra, em uma coletiva de imprensa em Logroño.
A possível saída do "presidente" começou a provocar movimentos dentro do PPCV. Assim, na sexta-feira, houve uma reunião entre os três presidentes provinciais - Vicente Mompó em Valência, Toni Pérez em Alicante e Marta Barrachina em Castellón - e o secretário-geral do PPCV, Juanfran Pérez Llorca, da qual o presidente do Conselho Provincial de Valência emergiu como o nome de "consenso" para substituir Mazón na liderança do partido e ser o próximo candidato do PP nas eleições regionais.
Esse movimento dos "barões" provinciais precipitou a situação e forçou a liderança nacional do PP, presidida por Feijóo, a tomar uma posição. Neste sábado, 'Genova' optou por permanecer em silêncio sobre o futuro político de Mazón e sobre o passo do PPCV de propor o presidente do Conselho Provincial de Valência como sucessor, caso haja um recuo do presidente da Generalitat.
"Genova pode não ter ficado feliz com esse movimento, mas estamos em um barril de pólvora e decisões precisam ser tomadas porque isso não se sustenta", disse um líder valenciano à Europa Press na noite passada. Outras fontes acreditam que a escolha de Mompó é "oficial" porque ele é presidente da Diputación de Valencia.
CATALÁ ESTAVA NA DISPUTA COMO POSSÍVEL SUCESSOR
Algumas fontes consultadas pela Europa Press afirmam que Mompó "certamente" não é o candidato que a liderança nacional do PP havia pensado como possível sucessor de Mazón. Nos últimos meses, o nome que apareceu com mais força nas pesquisas foi o da atual prefeita de Valência, María José Catalá.
A liderança do PP, liderada por Feijóo, está analisando os possíveis cenários que se abrem, todos dependendo de Mazón renunciar e antecipar as eleições ou, ao contrário, permanecer até as próximas eleições, em maio de 2027, e simplesmente anunciar que não voltará a liderar a chapa do PP. "A decisão de renunciar ou não cabe a ele", dizem as fontes consultadas.
Uma terceira opção seria ele dar um passo atrás nesse momento, mas não convocar eleições, optando por outra pessoa como presidente transitório até 2027. Nesse caso, há vozes no PPCV que acreditam que o melhor colocado é o secretário-geral do PPCV, Juanfran Pérez Llorca, já que ele tem um assento no Parlamento valenciano, assim como María José Catalá.
Essa forma de Pérez Llorca estar temporariamente à frente da Generalitat, caso ocorra a saída de Mazón, tem o apoio "total" das lideranças provinciais dos "populares" valencianos, segundo fontes da formação asseguraram à Europa Press.
Desde que Feijóo se tornou presidente nacional do PP em abril de 2022, ele demonstrou respeito pelas decisões das Regiões Autônomas diante da possível interferência de 'Genova' nos territórios, enfatizando que ele foi presidente da Xunta de Galicia por 14 anos.
A PRESSÃO INTERNA ESTÁ CRESCENDO PARA QUE MAZÓN DEIXE O PARTIDO
Nos últimos dias, cresceu a pressão interna para que Mazón deixe o partido, depois que parentes das vítimas fatais das enchentes o repreenderam no funeral da dana, com gritos de "covarde", "renuncie" ou "assassino". Feijóo estava presente no funeral na quarta-feira, mas não fez nenhuma declaração pública sobre o assunto desde então.
Caso Mazón renuncie, a eleição de seu sucessor deve ter a aprovação da Vox, já que os "populares" não têm maioria absoluta no parlamento regional. Na quinta-feira passada, Abascal disse que o presidente da Generalitat está sofrendo "um linchamento" e criticou o PP por "ter medo" do presidente do governo, Pedro Sánchez.
Nas fileiras do PP, há confusão e medo de que "a saída de Mazón não encerre a crise que foi provocada", de acordo com fontes do partido, que lembram que, se essa situação não for resolvida, poderá afetar as próximas eleições. A primeira será na Extremadura, em 21 de dezembro.
REUNIÃO DESTA SEGUNDA-FEIRA DO COMITÊ EXECUTIVO NACIONAL DO PP
Nesta segunda-feira, Feijóo presidirá a reunião do Comitê Executivo Nacional do PP - que conta com a presença dos "barões" do partido - com foco em Mazón e seu futuro político, a menos que nessa "conversa" entre Feijóo e o presidente da Generalitat seja encontrada uma solução para resolver a crise aberta.
Nos últimos dias, muitas vozes no PP pediram que Mazón "pelo menos" anunciasse que não se apresentará novamente como candidato do PP nas eleições regionais, uma medida que, de acordo com fontes do PP, parece "insuficiente" após a crise que se instalou.
O presidente da Generalitat - que está em reclusão desde sexta-feira em Alicante, sua terra natal - disse na quinta-feira que está "refletindo" após as críticas das vítimas e anunciou uma aparição nos próximos dias, mas sem esclarecer se poderia renunciar. Ele tem uma reformulação do Consell pendente, programada para a próxima semana, após a saída do ex-militar e até agora vice-presidente da Generalitat Francisco Gan Pampols.
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