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O ministério de Urtasun está trabalhando para criar o Arquivo Histórico Provincial de Barcelona, que poderia conter dados policiais.
MADRID, 20 dez. (EUROPA PRESS) -
O Ministério da Cultura abriu as portas para a entrega à Catalunha de informações que hoje estão em poder dos arquivos estatais, em aplicação da Lei da Memória Democrática, e não descarta a possibilidade de que documentos policiais do regime de Franco relativos a essa comunidade sejam enviados ao futuro Arquivo Histórico Provincial de Barcelona, que ainda não foi criado.
Isso é explicado pelo departamento chefiado por Ernest Urtasun em uma resposta parlamentar à deputada do En Comú, Candela López Tagliafico, que perguntou sobre as medidas de memória planejadas pelo governo para a Catalunha.
À pergunta sobre quais ações o Estado planejou para facilitar o acesso aos arquivos militares e policiais do franquismo relacionados à Catalunha, o ministério lembra que a Lei de Informações Classificadas ainda está em tramitação parlamentar, mas que, quanto aos arquivos policiais, a Subdiretoria Geral de Arquivos do Estado já está "tomando medidas para criar o Arquivo Histórico Provincial de Barcelona".
Barcelona ainda não tem um arquivo histórico provincial, como acontece no resto da Espanha. O último arquivo desse tipo criado pelo governo foi o de Madri. Especificamente, ele foi criado por ordem ministerial em janeiro deste ano e sua administração está nas mãos da comunidade autônoma.
EM DIÁLOGO COM A GENERALITAT
De acordo com o Ministério da Cultura, ao qual a Europa Press teve acesso, atualmente está sendo avaliado o impacto que os artigos relativos à restituição de bens apreendidos incluídos na Lei da Memória Democrática podem ter sobre as coleções alojadas nos Arquivos do Estado administrados pelo Ministério da Cultura.
"Estão sendo realizadas reuniões sobre o assunto com a Generalitat da Catalunha, tendo em vista o desejo de diálogo de ambas as partes", acrescenta o Ministério, antes de acrescentar que "a possível entrega de documentos à Generalitat ou a organizações memorialistas" dependerá das conclusões dos estudos que estão sendo realizados.
De qualquer forma, o Ministério lembra que o governo já procedeu à restituição da documentação confiscada da Catalunha pelo regime franquista, em aplicação da Lei da Memória Histórica de 2005, já superada. Especificamente, foram devolvidos os chamados "Documentos de Salamanca", que até então eram mantidos no Arquivo Geral da Guerra Civil Espanhola, agora parte do Centro Documental da Memória Histórica.
DIGITALIZAÇÃO DE INFORMAÇÕES
Com relação à digitalização de documentação histórica sobre a repressão na Catalunha, a Cultura destaca que o Centro Documental da Memória Histórica (CDMH) e o Arquivo Histórico dos Movimentos Sociais (AHMS) estão planejando desenvolver projetos de digitalização que incluam documentação relacionada à repressão de Franco.
Além disso, o departamento chefiado por Urtasun acrescenta que o compromisso de seu ministério com a preservação e a disseminação da documentação relacionada à memória democrática na Catalunha também é evidente no decreto real de julho passado que regulamenta a concessão direta de subsídios a entidades relacionadas ao patrimônio cultural e às artes plásticas.
Especificamente, ele cita a Fundação Cipriano García das Comisiones Obreras de Cataluña, que recebeu um subsídio de 30.000 euros para a renovação e expansão de seu arquivo histórico e biblioteca.
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