Ele condenou 26 cidadãos cubanos por "mercenarismo".
MADRID, 11 out. (EUROPA PRESS) -
O governo cubano negou no sábado que esteja diretamente envolvido na guerra na Ucrânia, em resposta a reportagens jornalísticas publicadas sobre o assunto, que atribui à propaganda dos Estados Unidos.
"O Governo da República de Cuba rejeita as acusações mendazes que o governo dos Estados Unidos está divulgando sobre a suposta participação de Cuba no conflito militar na Ucrânia", disse o Ministério das Relações Exteriores de Cuba em um comunicado.
Assim, denuncia uma "acusação caluniosa" que surgiu em 2023 na mídia "sem fornecer provas ou fundamentos de qualquer tipo, e claramente cumprindo um serviço obrigatório".
"O governo cubano ratifica categoricamente que Cuba não faz parte do conflito armado na Ucrânia, nem participa com pessoal militar nesse país ou em qualquer outro", enfatizou.
A mídia ocidental informou que os Estados Unidos acreditam que Cuba apoiou ativamente a invasão da Ucrânia pela Rússia, enviando cerca de 5.000 combatentes, em meio a um endurecimento da posição de Washington que começou após o retorno de Donald Trump à Casa Branca.
CONDENAÇÕES DO "MERCENARISMO
De qualquer forma, o governo cubano reconhece que "nossas autoridades não dispõem de informações precisas sobre os cidadãos cubanos que, por conta própria, participaram ou estão participando das forças militares de ambos os lados do confronto bélico". "O que é irrefutável é que nenhum deles tem o incentivo, o compromisso ou o consentimento do Estado cubano para suas ações", reiterou.
Havana enfatiza que tem "tolerância zero com o mercenarismo", bem como com o tráfico de pessoas e a participação de seus cidadãos em qualquer confronto armado em outro país, que são puníveis como crimes com sanções "muito severas" no sistema jurídico cubano.
"Em 4 de setembro de 2023, quando foi detectada a presença de cubanos no conflito na Ucrânia, o recrutamento dentro do território nacional foi neutralizado e foram iniciados processos penais para esse fim", explicou. Desde então, nove processos criminais pelo crime de mercenarismo foram instaurados contra 40 réus.
Em oito desses casos, explica o comunicado cubano, foram realizados julgamentos e, em cinco deles, foram proferidas condenações contra 26 réus, com sentenças que variam de 5 a 14 anos de prisão. Três casos estão aguardando sentença e um caso está aguardando julgamento.
Dessa forma, Cuba aponta o dedo para "organizações que não estão sediadas em nosso país, nem têm vínculos com o governo cubano" pelo recrutamento de cubanos que participaram de ambos os lados do conflito.
"A grande maioria desse recrutamento é realizada no exterior entre cidadãos que vivem ou permanecem temporariamente em diferentes países, assim como o recrutamento para esse conflito de uma multiplicidade de nacionalidades em números que também são imprecisos", explicou.
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