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MADRID 20 dez. (EUROPA PRESS) -
O processo de recontagem eleitoral em Honduras está progredindo lentamente em meio a tensões políticas, depois que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) processou 652 das quase 2.800 inconsistências no escrutínio especial que começou na quinta-feira, das quais 48 foram zeradas, uma situação que levantou alarmes sobre possíveis crimes eleitorais, em meio a tensões após quase 20 dias desde que as eleições presidenciais foram realizadas no país.
A presidente do CNE, Ana Paola Hall, informou que, "até hoje, com 652 relatórios processados no escrutínio especial, há 48 relatórios zerados", fato que alimentou o debate público sobre a legalidade das decisões tomadas pelas juntas de escrutínio.
Nesse contexto, Hall lembrou que os membros dos comitês especiais de análise "foram nomeados pelos partidos políticos e não são funcionários do NEC", e que as forças políticas que os nomearam são responsáveis por suas ações. No entanto, no caso de um crime eleitoral, "a responsabilidade criminal será pessoal", enfatizou ele em uma publicação no X.
O representante da CNE também alertou que "inserir votos nulos quando há cédulas válidas dentro da urna eleitoral" poderia "constituir um delito eleitoral", pois essa prática implica a anulação de votos validamente emitidos, bem como a desconsideração de "atas originais, folhas de incidência e cédulas devolvidas".
Nesse sentido, ele enfatizou que "o compromisso é e deve ser apenas um: defender a vontade do povo", e exortou as partes envolvidas no processo a não "brincar" com a democracia, pois essa "é a saída".
Em resposta a essas declarações, o candidato do Partido Liberal de Honduras (PLH), Salvador Nasralla, solicitou - com base na Lei Eleitoral - que cada eleitor assine a cédula correspondente e receba o carimbo de "votado". De acordo com essa lógica, se o número de assinaturas não coincidir com os votos refletidos no registro de votação, "não há como verificar se o número de eleitores no registro de votação é real, pois não há provas".
Nasralla também apontou a supervisão constante do processo, no qual "além das câmeras de televisão, os escrutinadores foram observados por promotores", e advertiu que permitir "a adição de votos não apoiados pela cédula eleitoral é classificado como crime" no Código Penal hondurenho. "Portanto, ninguém tem medo de continuar aplicando a lei para que a vontade de oito milhões de hondurenhos seja cumprida", acrescentou.
O candidato destacou que 2.141 urnas ainda não foram abertas e que foram identificadas 8.845 urnas com inconsistências de diferentes tipos. Ele exigiu que, uma vez concluída a contagem de votos e dadas as inconsistências detectadas, "as 8.845 urnas" nas quais o PLH identificou tais erros "devem ser abertas imediatamente".
"Lutaremos até que a vontade do povo hondurenho expressa nas urnas seja cumprida e as 2.100 urnas que estão faltando no processo e as 8.845 urnas que têm inconsistências (e) cujos argumentos e provas legais foram apresentados em tempo e forma ao CNE antes de 15 de dezembro sejam contadas voto a voto", disse Nasralla em uma publicação na mesma rede social.
Essa nova troca de declarações ocorre um dia depois que o Conselho Nacional Eleitoral de Honduras iniciou o exame de quase 2.800 votos com inconsistências. Até quinta-feira, a contagem havia chegado a 99,80% e, de acordo com dados publicados pelo jornal 'El Heraldo' e pela estação de rádio HRN, o candidato do Partido Nacional, Nasry Asfura, receberia 40,54% dos votos, à frente de Salvador Nasralla, do Partido Liberal, com 39,20%.
A contagem dos votos está sendo realizada no Centro de Logística Eleitoral (CLE), instalado no Instituto Nacional de Formação Profissional (Infop) em Tegucigalpa, capital de Honduras, e na presença de observadores nacionais e internacionais.
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