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Denuncia "interferência estrangeira" quando o subsecretário de Estado dos EUA pede às partes que "defendam a independência" do órgão
MADRID, 5 dez. (EUROPA PRESS) -
Marlon Ochoa, conselheiro do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) de Honduras, nomeado pelo partido governista, denunciou nesta quinta-feira uma "fraude" nas eleições gerais, pela qual culpou tanto o restante do órgão quanto o "bipartidarismo" que formaria o Partido Liberal, representado nas eleições pelo conservador Salvador Nasralla, e o Partido Nacional, cujo candidato é o de extrema direita Nasry Asfura.
Ochoa, que é ligado ao partido Libertad y Refundación (Libre), garantiu à mídia que houve "fraude eleitoral organizada, criminosamente perpetrada pelo sistema bipartidário", que ele também acusou de tentar "impor um sistema fraudulento de transmissão de resultados eleitorais".
Ele também destacou a atual presidente do CNE, Ana Paola Hall, do Partido Liberal, e a conselheira remanescente, Cossette López-Osorio, do Partido Nacional, acusando-as de terem proposto um sistema "projetado para realizar fraudes eleitorais".
"O povo hondurenho (...) não permitirá uma nova fraude eleitoral", disse ele em um discurso no qual alegou que o sistema de contagem envolve "fraude automatizada (e) transferência de votos entre candidatos e partidos".
No final, Ochoa publicou uma carta na rede social X endereçada aos outros dois conselheiros, na qual ela classificou o sistema de Transmissão de Resultados Eleitorais Preliminares (TREP) como uma "verdadeira armadilha" e fez várias alegações de suposta adulteração, fraude, retenção de folhas de contagem e falhas deliberadas no portal de divulgação de resultados, entre outras.
Para Ochoa, "eles fazem parte de uma operação coordenada entre forças internas dentro da liderança bipartidária e uma interferência estrangeira aliada que está impondo uma decisão eleitoral".
Após sua intervenção, López-Osorio fez uma declaração na rede social X, onde anunciou sua intenção de "estender o processo que ele está esquecendo (que) tem pendente por difamação e os onze crimes em concurso real por violência contra a mulher". "Ele responderá por todos os crimes que comete contra mim, responderá e sem inventar provas falsas", acrescentou.
O CNE é composto por três conselheiros eleitos no Congresso para um mandato de cinco anos, durante o qual eles alternam a presidência do órgão e não podem participar de atividades de partidos políticos. Após sua criação em 2019, ele substituiu o Tribunal Superior Eleitoral e é a autoridade máxima nesse sentido.
Embora seus membros tenham trocado acusações, o subsecretário de Estado dos EUA, Christopher Landau, afirmou que "o povo hondurenho merece ter sua vontade respeitada e sua voz ouvida" e pediu a todos os partidos que "defendam a independência do CNE para garantir total transparência e a contagem correta de cada voto e registro".
"Os olhos do mundo, inclusive os nossos, estão voltados para Honduras", enfatizou em uma mensagem na qual lembrou que o presidente dos EUA, Donald Trump, que apoiou publicamente Asfura, "deixou claro que a democracia está em questão nessas eleições".
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