Jorge Gil - Europa Press - Arquivo
Os comissários perguntarão à ex-conselheira sobre as mensagens que ela trocou com o presidente no dia da enchente.
MADRID, 15 dez. (EUROPA PRESS) -
A comissão do Congresso que investiga a gestão do dana que custou a vida de 230 pessoas na província de Valência em 29 de outubro de 2024 questionará nesta segunda-feira a então conselheira de Emergências da Generalitat, Salomé Pradas, acusada no caso aberto no tribunal de Catarroja, e Cayetano García Ramírez, que atuou como secretário regional da Presidência com o ex-presidente Carlos Mazón.
Foi em 1º de dezembro, após uma entrevista que Pradas deu no programa 'Salvados', que a comissão decidiu convocá-la a comparecer. Até então, os comissários haviam optado por adiar a convocação de Pradas, apesar de seu nome aparecer logo após o de Mazón na lista de pessoas a comparecer aprovada pela comissão.
Os grupos consideraram que, embora Pradas seja obrigada a comparecer perante a comissão, ela poderia fazer uso de seu direito de não testemunhar porque está sob investigação judicial pela administração da dana. Entretanto, depois de ver a entrevista mencionada, a Mesa da comissão, onde o PSOE e Sumar têm maioria, optou por marcar uma data para seu comparecimento.
Naquela entrevista, Pradas disse que seu maior erro foi não ter dito a Mazón para ir ao Cecopi, que não conseguiu transmitir algumas das informações que chegaram até ela e que não esperou que ele enviasse o Es-Alert porque nem sequer sabia se ele iria ao local onde a emergência estava sendo coordenada em 29 de outubro.
E dias depois da entrevista, a ex-conselheira entregou à juíza de Catarroja, Nuria Ruiz Tobarra, que está investigando o caso criminal pela administração da dana, as mensagens que trocou com Mazón e seu ex-chefe de gabinete, José Manuel Cuenca, no dia da enchente.
ÀS 13H03, A RAVINA DE POYO JÁ ESTAVA CAUSANDO PREOCUPAÇÃO
Às 11h32, Pradas e Mazón estavam em comunicação e a ex-conselheira o informou sobre a situação de emergência, os alertas e fenômenos costeiros, e falou com ele sobre resgates e intervenções. Em uma mensagem enviada às 13h03, ela explicou que estava em comunicação com a delegada do governo, Pilar Bernabé, e que as áreas mais preocupantes naquele momento eram a Ribera Alta, o Barranco del Poyo e o rio Magro.
"Cojonudo", Mazón respondeu a essa primeira mensagem, que foi seguida por outra em que Pradas o informou que "resgates de helicóptero" já estavam sendo realizados. E às 14h11, minutos antes de Mazón ir ao El Ventorro para almoçar com a jornalista Maribel Vilaplana, o conselheiro o informou que a tempestade estava piorando em Utiel.
Essa última informação também foi transmitida a Cuenca por Pradas em outra mensagem às 14h25 e, às 16h28, ela o alertou sobre uma morte naquela cidade, informação à qual ele não respondeu. Ele informou que foi com Mazón ao 112 por volta das 19 horas e, por volta das 20 horas, pediu à ex-conselheira que não confinasse a população, apesar de ela ter lhe dito que as coisas estavam "muito, muito ruins" e que havia muitos "transbordamentos".
E O FUNCIONÁRIO SÊNIOR QUE MAIS FALOU COM PRADAS
Como resultado da entrega dessas mensagens, o juiz convocou Cuenca novamente na sexta-feira passada como testemunha. O ex-chefe de gabinete de Mazón negou ter dado qualquer tipo de instrução do ex-presidente a Pradas e garantiu que essas mensagens de WhatsApp são "descontextualizadas".
Na mesma sessão que Pradas, a comissão receberá Cayetano García Ramírez, colaborador de Mazón na Presidência e que ainda é um funcionário de alto escalão da Generalitat porque o novo presidente regional, Juanfran Pérez Llorca, o nomeou secretário regional de Economia.
Em sua primeira declaração perante o juiz, Cuenca destacou que encaminhou Pradas a García Ramírez para que ele pudesse resolver suas "dúvidas" legais sobre um possível confinamento. O ex-secretário da Presidência foi o funcionário sênior que mais conversou com Pradas naquela tarde, por cinco minutos e 33 segundos.
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