Publicado 16/04/2025 01:01

O comissário para o alargamento adverte sobre o interesse de foras externas em inviabilizar a integrao da UE

Archivo - Arquivo - Marta Kos, Comissária para o Alargamento, durante uma reunio em Bruxelas.
XAVIER LEJEUNE / EUROPEAN COMMISSION - Arquivo

Ele considera "realista" incorporar a Ucrnia e a Moldávia até 2030 e v a adeso UE como o brao político das garantias de segurana.

BRUXELAS, 16 abr. (EUROPA PRESS) -

A comissária para o Alargamento, Marta Kos, destacou que o processo de adeso Unio Europeia está ganhando uma perspectiva geopolítica maior e é a "ferramenta mais eficaz para garantir a paz", embora, ao mesmo tempo, tenha alertado sobre a ameaa representada por países terceiros que tentam atrapalhar o processo de integrao.

Em entrevista European Newsroom (ENR), o grupo de agncias européias que inclui a Europa Press, Kos assegurou que a ampliao da UE "nunca foi to desafiada por foras externas" e "elas no vm apenas do Leste", acrescentou, embora tenha negado ter informaes sobre possíveis presses dos Estados Unidos sobre candidatos como a Albnia para que abandonem suas aspiraes UE.

Quando perguntada diretamente sobre a influncia de países terceiros e o papel de Moscou ou Washington, ela ressaltou que a Comisso Europeia está monitorando acordos como o de minerais e terras raras que os Estados Unidos e a Ucrnia esto negociando e que, segundo ela, podem ter implicaes para o processo de adeso.

De qualquer forma, a Comissária para o Alargamento advertiu que, "pela primeira vez na história", a UE está enfrentando "foras externas perturbadoras que gostariam de ver o processo de alargamento fracassar", em um momento em que o aspecto da segurana é cada vez mais importante para a expanso da UE em um continente e uma vizinhana "em movimento".

"O imperativo da segurana está crescendo rapidamente e temos que encontrar respostas. Pela primeira vez na história, somos confrontados com foras externas perturbadoras que gostariam de ver o processo de alargamento fracassar", disse ele.

O Comissário esloveno enfatizou que somente a UE tem a capacidade de trazer mais países, e é por isso que o bloco tem uma "grande responsabilidade" em relao ao alargamento, um processo com o qual sua "credibilidade" também está em jogo. "É por isso que temos que apresentar resultados. E é por isso que no podemos perder nenhum dos países candidatos", enfatizou.

Kos deu como exemplo o fato de que os países candidatos UE esto abertos a novos investimentos estrangeiros e isso é algo que interessa a terceiros, e mencionou o caso de Montenegro e dos Emirados Árabes Unidos. "Estamos acompanhando o que está acontecendo nesse campo, porque ser um candidato também tem consequncias", destacou.

OTIMISTA COM A ADESO DA UCRNIA, MONTENEGRO, ALBNIA E MOLDOVA EM 2030

Com relao s próximas etapas da adeso europeia, Kos insistiu que, durante a presidncia polonesa do Conselho, até julho, podero ser abertos capítulos na negociao da Ucrnia e da Moldávia, ressaltando que está "muito convencida" de que a Hungria retirará seu veto adeso de Kiev com base no tratamento da minoria húngara na Ucrnia.

"Acho que isso é possível por muitos motivos, no apenas por causa da geopolítica, mas também porque estamos vendo isso internamente na Comisso Europeia. E como eu vi nos Estados membros, no Conselho, a mudana geopolítica está exigindo novos passos de nós", disse ele.

Por isso, ele considera "realista" incorporar novos Estados-membros UE até 2030, incluindo a Ucrnia, ressaltando que sua incorporao UE poderia fornecer as garantias de segurana que Kiev exige da OTAN e que parecem distantes diante da recusa de Donald Trump em incorporar a Ucrnia ao bloco militar.

"Essa é uma perspectiva muito realista também para a Moldávia e a Ucrnia. Entendemos a ampliao como o brao político das garantias de segurana. Portanto, por enquanto, no é possível que a Ucrnia e a Moldávia se tornem membros da OTAN, e a adeso UE poderia ser, na verdade, um brao político muito forte dessas garantias de segurana", disse o político esloveno.

Em sua opinio, é "interessante" ver que países dos Bálcs, como Montenegro, Albnia ou Macednia do Norte, acharam "mais fácil" se tornar membros da OTAN do que da UE, uma situao que, segundo ela, poderia ser o oposto para a Moldávia e a Ucrnia. "Aparentemente, como vemos agora, será mais fácil tornar-se membro da UE do que da OTAN", argumentou ela.

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