Ele considera "realista" incorporar a Ucrânia e a Moldávia até 2030 e vê a adesão à UE como o braço político das garantias de segurança.
BRUXELAS, 16 abr. (EUROPA PRESS) -
A comissária para o Alargamento, Marta Kos, destacou que o processo de adesão à União Europeia está ganhando uma perspectiva geopolítica maior e é a "ferramenta mais eficaz para garantir a paz", embora, ao mesmo tempo, tenha alertado sobre a ameaça representada por países terceiros que tentam atrapalhar o processo de integração.
Em entrevista à European Newsroom (ENR), o grupo de agências européias que inclui a Europa Press, Kos assegurou que a ampliação da UE "nunca foi tão desafiada por forças externas" e "elas não vêm apenas do Leste", acrescentou, embora tenha negado ter informações sobre possíveis pressões dos Estados Unidos sobre candidatos como a Albânia para que abandonem suas aspirações à UE.
Quando perguntada diretamente sobre a influência de países terceiros e o papel de Moscou ou Washington, ela ressaltou que a Comissão Europeia está monitorando acordos como o de minerais e terras raras que os Estados Unidos e a Ucrânia estão negociando e que, segundo ela, podem ter implicações para o processo de adesão.
De qualquer forma, a Comissária para o Alargamento advertiu que, "pela primeira vez na história", a UE está enfrentando "forças externas perturbadoras que gostariam de ver o processo de alargamento fracassar", em um momento em que o aspecto da segurança é cada vez mais importante para a expansão da UE em um continente e uma vizinhança "em movimento".
"O imperativo da segurança está crescendo rapidamente e temos que encontrar respostas. Pela primeira vez na história, somos confrontados com forças externas perturbadoras que gostariam de ver o processo de alargamento fracassar", disse ele.
O Comissário esloveno enfatizou que somente a UE tem a capacidade de trazer mais países, e é por isso que o bloco tem uma "grande responsabilidade" em relação ao alargamento, um processo com o qual sua "credibilidade" também está em jogo. "É por isso que temos que apresentar resultados. E é por isso que não podemos perder nenhum dos países candidatos", enfatizou.
Kos deu como exemplo o fato de que os países candidatos à UE estão abertos a novos investimentos estrangeiros e isso é algo que interessa a terceiros, e mencionou o caso de Montenegro e dos Emirados Árabes Unidos. "Estamos acompanhando o que está acontecendo nesse campo, porque ser um candidato também tem consequências", destacou.
OTIMISTA COM A ADESÃO DA UCRÂNIA, MONTENEGRO, ALBÂNIA E MOLDOVA EM 2030
Com relação às próximas etapas da adesão europeia, Kos insistiu que, durante a presidência polonesa do Conselho, até julho, poderão ser abertos capítulos na negociação da Ucrânia e da Moldávia, ressaltando que está "muito convencida" de que a Hungria retirará seu veto à adesão de Kiev com base no tratamento da minoria húngara na Ucrânia.
"Acho que isso é possível por muitos motivos, não apenas por causa da geopolítica, mas também porque estamos vendo isso internamente na Comissão Europeia. E como eu vi nos Estados membros, no Conselho, a mudança geopolítica está exigindo novos passos de nós", disse ele.
Por isso, ele considera "realista" incorporar novos Estados-membros à UE até 2030, incluindo a Ucrânia, ressaltando que sua incorporação à UE poderia fornecer as garantias de segurança que Kiev exige da OTAN e que parecem distantes diante da recusa de Donald Trump em incorporar a Ucrânia ao bloco militar.
"Essa é uma perspectiva muito realista também para a Moldávia e a Ucrânia. Entendemos a ampliação como o braço político das garantias de segurança. Portanto, por enquanto, não é possível que a Ucrânia e a Moldávia se tornem membros da OTAN, e a adesão à UE poderia ser, na verdade, um braço político muito forte dessas garantias de segurança", disse o político esloveno.
Em sua opinião, é "interessante" ver que países dos Bálcãs, como Montenegro, Albânia ou Macedônia do Norte, acharam "mais fácil" se tornar membros da OTAN do que da UE, uma situação que, segundo ela, poderia ser o oposto para a Moldávia e a Ucrânia. "Aparentemente, como vemos agora, será mais fácil tornar-se membro da UE do que da OTAN", argumentou ela.
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