MADRID 18 nov. (EUROPA PRESS) -
Um tribunal sírio abriu nesta terça-feira um processo contra vários suspeitos dos confrontos ocorridos em março na região costeira do país, que deixaram cerca de 1.500 mortos e envolveram as novas forças de segurança e supostos partidários do ex-presidente Bashar al-Assad, que fugiu do país em dezembro de 2024 diante do avanço de jihadistas e rebeldes em direção a Damasco.
Os procedimentos, os primeiros a serem realizados desde a violência mencionada, começaram no Palácio da Justiça de Aleppo com a presença de quatorze réus, alguns dos quais são suspeitos de pertencer a grupos ligados a al-Assad e outros fazem parte das forças de segurança sírias criadas após a queda do ex-presidente.
O juiz que conduz o julgamento prometeu que ele será "imparcial" e revelou que os suspeitos - que somam mais de 560 no total - são acusados de "sedição", "incitação à guerra civil", "participação em uma gangue armada", "assassinato", "sabotagem" e "ataques às forças de segurança", informou a Syria TV.
Os confrontos eclodiram depois que grupos alinhados com al-Assad lançaram ataques contra as novas forças de segurança, após o que Damasco respondeu com uma contraofensiva que levou a uma série de massacres de centenas de civis da minoria alauíta, à qual pertence o ex-presidente e que vive principalmente nas áreas que foram o epicentro dos confrontos.
A comissão de inquérito criada pelas autoridades concluiu em julho que mais de 1.400 pessoas, a maioria civis, foram mortas durante esses incidentes, mas enfatizou que não havia evidências de que o governo tivesse dado ordens para que as forças de segurança tivessem como alvo os membros da comunidade alauíta.
No entanto, a comissão da ONU que investiga a situação na Síria concluiu, em agosto, que as forças ligadas ao novo governo e a outros grupos com ideias semelhantes podem ter cometido crimes de guerra por meio de violência "sistemática" durante os incidentes, incluindo assassinatos, tortura, saques e incêndios criminosos.
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