CANCILLERÍA DE COLOMBIA EN X
Bogotá, que nega a mediação entre Caracas e Washington, convida Trump a visitar e conhecer "melhor" o país após sua ameaça a Petro.
MADRID, 12 dez. (EUROPA PRESS) -
A ministra das Relações Exteriores da Colômbia, Rosa Villavicencio, disse na quinta-feira que "não teria motivos" para negar asilo ao presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, se ele deixar o poder, embora tenha descartado que o presidente consideraria o país vizinho para o exílio, em meio às crescentes hostilidades dos Estados Unidos.
"No momento de tensão que existe, é necessário negociar e, certamente, se os Estados Unidos exigirem uma transição, uma mudança, é algo que eles devem avaliar se essa saída implica que ele (Nicolás Maduro) deve viver em outro país ou pedir proteção, a Colômbia não teria razão para dizer não", disse ele em uma entrevista à Caracol Radio.
A chefe da diplomacia colombiana respondeu ao ser perguntada se seria aconselhável ou não que o líder venezuelano "deixasse o poder agora", embora tenha acrescentado que não acredita que ele se aposentaria na Colômbia, mas que Maduro "escolheria um lugar mais distante e mais tranquilo".
Villavicencio, que esclareceu que Bogotá não está mediando para incentivar a saída de Maduro, indicou que estaria disposto a mediar entre Washington e Caracas, se solicitado. Ele confirmou que os governos de Nicolás Maduro e Donald Trump mantiveram conversações e insistiu na necessidade de diálogo para pôr fim às hostilidades. "Por enquanto, entendemos que eles estão conversando, que é confidencial, e defendemos um acordo para que essa situação de tensão possa ser resolvida", disse ele.
SOBRE A AMEAÇA DE TRUMP DE QUE A PETRO "SERÁ A PRÓXIMA".
O ministro colombiano respondeu às ameaças feitas no dia anterior pelo ocupante da Casa Branca - que disse que seu colega seria "o próximo" em seu suposto objetivo contra o tráfico de drogas - denunciando uma "guerra psicológica". "Nós sempre rejeitaremos qualquer agressão de qualquer país contra outro, porque estamos em um mundo onde encontramos e construímos como humanidade uma série de normas e princípios que estão na Carta das Nações Unidas e que, acima de tudo, defendem o multilateralismo", defendeu.
Nesse sentido, Villavicencio descartou a possibilidade de denunciar os Estados Unidos perante o Tribunal Penal Internacional (TPI) pelos ataques contra supostos narcotraficantes no Caribe e no Pacífico - que até agora deixaram pelo menos 86 mortos. "Por enquanto, não consideramos essa possibilidade", disse ela quando perguntada sobre o assunto, embora tenha denunciado essas mortes como "extrajudiciais" e considerado esses bombardeios "desproporcionais".
O ministro destacou que o governo de Petro convidou o presidente Trump a visitar a Colômbia "e conhecer melhor os territórios" em uma carta que contém informações sobre a gestão da Colômbia na luta contra o tráfico de drogas. A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse em uma coletiva de imprensa que não estava ciente da carta enviada por Bogotá. "Não ouvi falar sobre isso", disse ela, reiterando que Trump não gosta dos comentários de seu homólogo.
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