Publicado 16/09/2025 13:51

Colômbia anuncia que não comprará armas dos EUA no futuro, em meio a novos conflitos diplomáticos

Archivo - Arquivo - Ministro do Interior da Colômbia, Armando Benedetti
MINISTERIO DEL INTERIOR DE COLOMBIA EN X - Archivo

MADRID 16 set. (EUROPA PRESS) -

O ministro do Interior da Colômbia, Armando Benedetti, anunciou na terça-feira que deixará de comprar armas dos Estados Unidos no futuro e garantiu que a recente decisão de Washington de incluir o país sul-americano em sua lista de produtores de drogas "não tem nada a ver com a luta contra o tráfico de drogas".

"É uma questão política", disse o ministro do Interior, para quem a medida da Casa Branca é um ataque direto ao presidente colombiano, Gustavo Petro, que mantém uma relação tensa com as autoridades norte-americanas desde antes mesmo de chegar ao poder, explicou.

Benedetti enfatizou que essa decisão não afeta a ajuda e a cooperação militar que está sendo ou já foi recebida. "É apenas para o futuro", disse ele à Blu Radio, onde destacou os números fornecidos pelo próprio Departamento de Estado dos EUA para respaldar as medidas do governo.

"Este governo capturou 165.000 pessoas, apreendeu 1.200 toneladas de cocaína, erradicou voluntariamente 53.000 hectares e destruiu mais de 10.000 laboratórios", disse ele.

Na segunda-feira, Washington retirou a Colômbia de sua lista de países que combatem o tráfico de drogas, acusando diretamente Petro de ser responsável por um suposto aumento sem precedentes no cultivo de coca e na produção de cocaína em um território historicamente atingido pelo fenômeno do tráfico de drogas.

Nas últimas horas, o Secretário de Estado, Marco Rubio, abordou essa questão e censurou Petro por liderar "mal" a luta contra o tráfico de drogas. "Agora você tem um presidente que, além de ser errático, não tem sido um bom parceiro na luta contra os cartéis", acusou.

Rubio garantiu que essa situação pode mudar desde que a Colômbia cumpra os "critérios" estabelecidos pelos Estados Unidos, uma declaração que Petro acredita denotar seu interesse em se intrometer nos assuntos internos do país e ter um "presidente fantoche" que permita a repressão contra os camponeses.

"Não somos servos, nem súditos", acrescentou em uma série de mensagens no X, de onde acusou os Estados Unidos de colaborar com "políticos aliados ao paramilitarismo" na Colômbia.

Petro acrescentou que os Estados Unidos é que deveriam ser retirados da lista, já que não reduziram o consumo de cocaína e fentanil dentro de suas fronteiras. "Essa é a principal causa do tráfico de drogas, a outra é a proibição", disse ele, em linha com seu apoio a uma política antidrogas diferente.

Petro explicou que o aumento do cultivo da folha de coca é uma tendência que remonta a 2013 e responde à crescente demanda da Europa e dos Estados Unidos. "A razão para o crescimento desses cultivos, como acontece com todas as mercadorias, é devido ao aumento do consumo no mundo", destacou.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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