Publicado 31/12/2025 05:05

Chipre assume a presidência rotativa do Conselho da UE com o apoio a Kiev como um de seus principais desafios

Archivo - FILED - 21 de março de 2024, Bélgica, Bruxelas: O presidente cipriota Nikos Christodoulides fala com a mídia ao chegar para participar da cúpula da UE em Bruxelas. Foto: Gaetan Claessens/Conselho Europeu/dpa - ATENÇÃO: uso editorial apenas e som
Gaetan Claessens/European Counci / DPA - Arquivo

O Chipre terá que incorporar a unidade europeia enquanto experimenta sua própria divisão interna devido à separação entre o norte e o sul.

BRUXELAS, 31 dez. (EUROPA PRESS) -

O governo do Chipre, liderado pelo presidente Nikos Christodoulides, assume a presidência rotativa do Conselho da União Europeia na quinta-feira, tendo como alguns de seus principais desafios o apoio à Ucrânia e o aumento da segurança e defesa europeias.

A cerimônia será realizada na quarta-feira e incluirá uma reunião conjunta do governo cipriota, liderado por Christodoulides, e do Colégio de Comissários da Comissão Europeia. Esta é a segunda presidência do Chipre, depois da primeira em 2012, após sua adesão à UE em 2004.

Em seu "roteiro" - denominado "Uma União autônoma, aberta ao mundo" - o Chipre se concentra em questões que vão desde a negociação do orçamento de 2028-2034, o alargamento do bloco, a migração e os desafios de segurança e o desenvolvimento de uma nova arquitetura de defesa europeia.

O Chipre terá, portanto, que incorporar a unidade europeia nos próximos seis meses, já que está passando por sua própria divisão interna no país, devido à separação entre o norte - a autoproclamada República Turca do Norte do Chipre - e o sul, com sua capital, Nicósia, dividida pela "Linha Verde" exigida pela ONU.

"Nos próximos seis meses, o apoio à Ucrânia continuará sendo um dos principais objetivos da presidência cipriota - como poderia ser de outra forma, quando a República do Chipre sabe em primeira mão o que significa invasão, ocupação e violação de princípios fundamentais", disse Christodoulides em 21 de dezembro, durante um discurso de lançamento do programa.

O conflito no país começou há 40 anos, quando a Turquia enviou tropas para o Chipre após um golpe cipriota grego, liderado por partidários da unificação com a Grécia. Desde então, o Chipre foi dividido em um estado reconhecido internacionalmente no sul e uma entidade cipriota turca no norte, aceita apenas por Ancara.

DEFESA E ORÇAMENTOS

Durante sua presidência de seis meses, o Chipre se concentrará no fortalecimento das capacidades de defesa e da autonomia da União, com o objetivo de promover uma "Europa mais autônoma", capaz de "agir de forma independente" e "com confiança" diante de vários desafios de segurança, como as recentes violações do espaço aéreo, os ataques híbridos e a contínua invasão russa na Ucrânia.

Da mesma forma, ele priorizará o fortalecimento das relações transatlânticas como uma pedra angular da segurança europeia, ao mesmo tempo em que tentará não vacilar em seu apoio à Ucrânia e aumentará a pressão sobre a Rússia com novas sanções, além de garantir a implementação das já existentes.

Em seu "roteiro", o Chipre deixa claro que o "apoio da UE à soberania, independência e integridade territorial da Ucrânia, incluindo a inviolabilidade de suas fronteiras" permanece "firme e inabalável", enquanto "forças armadas ucranianas fortes" são "a garantia de segurança mais eficaz para Kiev, juntamente com seu processo de adesão".

No mesmo contexto, a presidência cipriota trabalhará para fortalecer os valores democráticos europeus diante de desafios tão diversos quanto a desinformação, a interferência estrangeira, o discurso de ódio e as pressões sobre a liberdade de imprensa.

O Chipre também pretende fazer progressos "significativos" nas negociações para o Quadro Financeiro Plurianual (QFP) 2028-2034, com o objetivo de apresentar um quadro indicativo até junho, ao mesmo tempo em que espera reduzir os encargos regulamentares e administrativos e aumentar a competitividade, especialmente para as pequenas e médias empresas (PMEs).

Por outro lado, diante das recentes tensões no comércio internacional, causadas em grande parte pelas tarifas dos EUA e pela competitividade da China, o Chipre espera "fortalecer o mercado interno da UE e reduzir as dependências estratégicas".

MIGRAÇÃO E SEGURANÇA

Em seu programa, o Chipre também buscará priorizar a implementação do Pacto sobre Migração e Asilo, que deverá ser totalmente implementado até o final de seu mandato de seis meses, promovendo uma "cooperação mais profunda e significativa com os principais países terceiros" e um "sistema europeu de retorno mais eficiente, coerente e equilibrado", em conformidade com os direitos humanos.

"O Chipre aproveitará sua experiência na implementação de políticas eficazes para gerenciar os fluxos migratórios, promoverá uma abordagem europeia integrada e eficaz para as dimensões interna e externa da migração, abordará suas causas fundamentais e fortalecerá a cooperação significativa com os países de origem", disse Christodoulides.

A presidência cipriota também dará continuidade ao legado deixado pela Dinamarca no combate ao crime organizado, ao contrabando de migrantes, ao tráfico de drogas, ao terrorismo e ao extremismo violento. Em outro ponto de seu programa, ela também planeja promover a Estratégia de Segurança Marítima da UE.

ALARGAMENTO DA UE

Outro desafio será alcançar "progresso concreto" na estrutura do processo de ampliação da UE, especialmente em relação aos seus parceiros nos Bálcãs, bem como com a Ucrânia e a Moldávia. "É a ferramenta geopolítica mais poderosa da UE. Trata-se essencialmente de ampliar seu espaço vital de segurança, estabilidade e oportunidades para a Europa", disse Christodoulides.

Além disso, o Chipre trabalhará para fortalecer as relações da UE com seus vizinhos do sul e do leste, bem como com seus parceiros no Oriente Médio e no Golfo, incluindo o apoio a organizações regionais como o Conselho de Cooperação para os Estados Árabes do Golfo e a Liga Árabe.

Duas outras questões pendentes para o país serão o progresso na ratificação do acordo de livre comércio com o Mercosul e o Tratado de Gibraltar após o Brexit. No primeiro caso, já se passou um ano desde o anúncio do acordo, mas a França e a Itália frustraram sua assinatura em dezembro deste ano, de modo que o desafio foi adiado para o início da presidência cipriota.

No caso de Gibraltar, Bruxelas e Londres finalizaram os textos legais em dezembro deste ano, seis meses após o término das negociações, mas o processo de ratificação total ainda não foi concluído. "O fortalecimento da confiança mútua e a obtenção de benefícios tangíveis para os cidadãos de ambos os lados, salvaguardando os interesses da União e preservando a unidade entre os Estados membros, de acordo com as diretrizes do Conselho Europeu, estarão no centro do trabalho da presidência", diz o texto.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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