MADRID 22 nov. (EUROPA PRESS) -
O Ministério das Relações Exteriores da China advertiu no sábado que a atitude estagnada e militarista do governo japonês não é apenas contrária à atual ordem internacional, distanciando-se de suas obrigações com o desenvolvimento não violento, mas também levará Tóquio ao desastre.
"Se o Japão quiser seguir o velho caminho do militarismo, abandonar seu compromisso com o desenvolvimento pacífico e minar a ordem internacional do pós-guerra, o povo chinês e a comunidade internacional não permitirão isso e, em última instância, isso terminará em fracasso", disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, segundo a agência de notícias Xinhua.
Mao lembrou que as obrigações internacionais do Japão "como um país derrotado" foram "claramente" estipuladas após a Segunda Guerra Mundial em instrumentos legais internacionais - como as declarações do Cairo e de Potsdam e o Instrumento de Rendição Japonês - que incluíam, entre outros, "o desarmamento completo e a proibição de manter indústrias que pudessem possibilitar o rearmamento".
"Ao mesmo tempo em que afirma querer estabelecer um mundo livre de armas nucleares, esse país procurou revisar os Três Princípios Não Nucleares, sinalizando um passo em direção a um maior rearmamento", disse o representante do governo chinês, referindo-se à política do Japão de não possuir, não produzir e não permitir a introdução de armas nucleares em seu território.
Esse aviso ocorre em um cenário de crescente tensão entre Pequim e Tóquio, após declarações do primeiro-ministro japonês Sanae Takaichi sobre a possibilidade de intervenção militar em Taiwan se o governo chinês atacar a ilha.
Takaichi reiterou na sexta-feira sua recusa em se retratar de seus comentários sobre Taiwan, conforme exigido pela China, e garantiu que seu país continuaria a agir da mesma forma no caso de uma crise de segurança regional.
As palavras do político ultraconservador japonês, que assumiu o cargo em outubro, levaram até mesmo o cônsul chinês em Osaka, Xue Jian, a publicar uma mensagem que foi posteriormente excluída, na qual ele pedia para "cortar a garganta suja" do primeiro-ministro, a quem acusou de ter "atacado" as autoridades chinesas "sem um momento de hesitação".
Os esforços diplomáticos desta semana não deram frutos e a China já implementou medidas como aconselhar seus cidadãos a não visitarem o Japão, suspender as importações de frutos do mar japoneses e interromper a entrada de novos filmes japoneses.
Os laços entre a China e Taiwan foram cortados em 1949, depois que as forças do Partido Nacionalista Kuomintang sofreram uma derrota na guerra civil contra o Partido Comunista e se mudaram para o arquipélago. As relações foram restabelecidas apenas em nível comercial e informal na década de 1980.
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