MADRID 22 nov. (EUROPA PRESS) -
As autoridades chinesas levaram seu crescente conflito com o Japão às Nações Unidas na sexta-feira, acusando Tóquio de insinuar a possibilidade de uma "intervenção militar" em Taiwan e alertando que responderá com a posição mais forte até agora na disputa que já se arrasta por duas semanas.
Isso foi transmitido pelo embaixador da China na ONU, Fu Cong, em uma carta ao secretário-geral António Guterres, na qual ele relatou "uma grave violação da lei internacional" e das normas diplomáticas pelo primeiro-ministro japonês Sanae Takaichi, que disse que um ataque chinês a Taiwan poderia provocar uma reação militar do Japão.
"Se o Japão tentar intervir militarmente na situação entre os dois lados do Estreito, isso seria um ato de agressão. A China exercerá resolutamente seu direito de autodefesa de acordo com a Carta das Nações Unidas e a lei internacional e protegerá firmemente sua soberania e integridade territorial", acrescentou Fu, de acordo com uma declaração da missão chinesa na ONU relatada pela agência de notícias Xinhua.
O representante insistiu que a posição do governo japonês "desafia abertamente (os) interesses fundamentais" de Pequim e alertou sobre a natureza "extremamente perigosa" das declarações "errôneas" de Takaichi.
Nessa linha, Fu afirmou que Taiwan é "o território sagrado da China" e acrescentou que "a maneira de resolver a questão de Taiwan é um assunto do povo chinês e não admite nenhuma interferência estrangeira".
"Como um país derrotado na Segunda Guerra Mundial, o Japão deve refletir profundamente sobre seus crimes históricos, honrar estritamente seu compromisso político com a questão de Taiwan, parar imediatamente com as provocações e cruzar a linha, e se retratar de suas observações errôneas", conclui a carta a Guterres.
A carta foi enviada em um cenário de crescente tensão entre Pequim e Tóquio, após declarações do primeiro-ministro japonês sobre a possibilidade de intervenção militar em Taiwan se o governo chinês atacar a ilha.
Na sexta-feira, Takaichi reiterou sua recusa em se retratar de seus comentários sobre Taiwan, como a China tem exigido repetidamente, e garantiu que seu país continuaria a agir da mesma forma no caso de uma crise de segurança regional.
As palavras do político ultraconservador japonês, que assumiu o cargo em outubro, levaram até mesmo o cônsul chinês em Osaka, Xue Jian, a publicar uma mensagem que foi posteriormente excluída, na qual ele pedia para "cortar a garganta suja" do primeiro-ministro, a quem acusou de ter "atacado" as autoridades chinesas "sem um momento de hesitação".
Os esforços diplomáticos desta semana não deram frutos e a China já implementou medidas como aconselhar seus cidadãos a não visitarem o Japão, suspender as importações de frutos do mar japoneses e interromper a entrada de novos filmes japoneses.
Os laços entre a China e Taiwan foram cortados em 1949, depois que as forças do Partido Nacionalista Kuomintang sofreram uma derrota na guerra civil contra o Partido Comunista e se mudaram para o arquipélago. As relações foram restabelecidas apenas em nível comercial e informal na década de 1980.
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