MADRID, 24 nov. (EUROPA PRESS) -
A Fundação Humanitária de Gaza (GHF), um controverso modelo de ajuda apoiado por Israel e pelos Estados Unidos, anunciou na segunda-feira que encerrou suas operações na Faixa de Gaza, no âmbito do cessar-fogo no enclave palestino, apesar de sua implantação ter sido marcada pela morte de centenas de pessoas baleadas pelas forças israelenses quando tentavam obter alimentos.
A organização relatou a "conclusão bem-sucedida de sua missão de emergência em Gaza depois de entregar mais de 187 milhões de refeições gratuitas diretamente aos civis que vivem em Gaza, uma operação humanitária recorde que garantiu que a ajuda alimentar chegasse às famílias palestinas com segurança e sem desvio para o Hamas ou outras entidades", diz um comunicado em seu site.
O executivo-chefe da GHF, John Acree, argumentou que seu objetivo "desde o início" era "atender a uma necessidade urgente, demonstrar que uma nova abordagem poderia ser bem-sucedida onde outras falharam e, por fim, transferir esse sucesso para a comunidade internacional mais ampla". De fato, ele enfatizou que eles construíram "um novo modelo a partir do zero" depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, pediu que a ajuda fosse diretamente para os civis.
"Em um momento crítico, temos orgulho de ter sido a única operação de ajuda que forneceu, de forma confiável e segura, refeições gratuitas diretamente à população palestina em Gaza, em grande escala e sem desvios. Desde o primeiro dia de operações, nossa missão era única: alimentar civis com necessidades urgentes. Criamos um novo modelo que funcionou, salvou vidas e devolveu a dignidade à população civil de Gaza", disse ele, fazendo uma crítica velada às agências da ONU.
Nesse sentido, ele enfatizou que, além das 187 milhões de refeições, foram distribuídos 1,1 milhão de pacotes de alimentos suplementares prontos para consumo para crianças desnutridas e que foram estabelecidos canais de distribuição que priorizaram os setores vulneráveis da sociedade: mulheres, crianças e idosos. Tudo isso com uma equipe norte-americana de profissionais humanitários e ex-militares, além de trabalhadores locais.
Além disso, ele garantiu que seu objetivo era abrir mais pontos de distribuição de ajuda e criticou a recusa de outras organizações de ajuda "tradicionais" em colaborar com eles. Por fim, garantiu que não se dissolverá como uma ONG registrada e que permanecerá pronta para se reorganizar se novas necessidades humanitárias forem identificadas.
OS EUA APLAUDEM O TRABALHO DO GHF
De Washington, o porta-voz adjunto do Departamento de Estado, Thomas Pigott, disse em uma mensagem publicada em seu perfil na rede social X que o modelo da GHF durante seus quatro meses e meio de operações foi "fundamental" para que o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) concordasse em chegar a um cessar-fogo no enclave palestino.
"A GHF compartilhou valiosas lições aprendidas conosco e com nossos parceiros. O modelo da GHF, no qual o Hamas não podia mais saquear e lucrar com o roubo da ajuda, foi fundamental para trazer o Hamas à mesa de negociações e conseguir um cessar-fogo. Agradecemos a eles pelo que deram aos habitantes de Gaza", disse ele.
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