MADRID, 13 nov. (EUROPA PRESS) -
A maioria dos principais candidatos às eleições presidenciais do Chile já realizou seus eventos de encerramento de campanha na região metropolitana de Santiago do Chile, como foi o caso na quarta-feira do candidato de centro-direita Franco Parisi e do candidato de extrema-direita Johannes Kaiser, que seguiram os eventos de Jeannette Jara (esquerda) e José Antonio Kast (direita), do partido governista, realizados no dia anterior.
Em um evento no distrito de La Pintana, em Santiago do Chile, o candidato do Partido Popular (centro-direita), Franco Parisi, tentou se posicionar no espaço político que separa seus oponentes. "Estamos cansados dos 'fachos' e 'comunachos'", declarou ele, de acordo com o jornal El Mercurio, em um discurso no qual prometeu eliminar o IVA sobre remédios e fraldas.
Ao mesmo tempo, ele prometeu "reduzir os salários de todo o setor público". "Ele avisou a todos os operadores políticos que ninguém ganhará mais de 5 milhões de pesos (4.650 euros)", disse ele, apontando para "prefeitos também" e acusando o Pacto Unidade pelo Chile de contratar cada "novo casal" que aparece em suas fileiras.
Por sua vez, o candidato de extrema direita às eleições presidenciais chilenas, Johannes Kaiser, do Partido Nacional Libertário, reuniu seus militantes e simpatizantes na Plaza de la Aviación, em Providencia, Santiago do Chile, em um evento final de campanha no qual atacou a candidata oficial, Jeannette Jara, e sua formação dentro do Pacto Unidade pelo Chile, o Partido Comunista, "que não é nada democrático".
"Há seis anos tentaram destituir o Presidente da República, Sebastián Piñera, que descanse em paz, mas não nos enganam, sabemos quem são, sabemos o que querem, sabemos o que fizeram", sustentou, afirmando que "100 milhões de mortos no mundo são testemunhas do que é ou das consequências de confiar no Partido Comunista em algum momento", aludindo à debatida cifra difundida pelo ensaio "O Livro Negro do Comunismo", de 1997.
Kaiser também declarou que, caso chegue a La Moneda, desassociará o Chile de "acordos políticos que intervêm em nossa política interna e que impõem limites à soberania do Congresso ou do governo chileno", independentemente "do que dizem certos grupos interessados".
O evento também foi marcado pela intervenção de seus apoiadores, que, cantando o hino chileno, entoaram o terceiro verso, excluído dos atos oficiais após a queda da ditadura de Augusto Pinochet, que faz alusão aos "bravos soldados, que têm sido o apoio do Chile".
O discurso de encerramento de Kaiser na região metropolitana de Santiago do Chile ocorreu um dia após os de José Antonio Kast, do Partido Republicano de direita, e da própria Jara, um evento que também contou com cantos polêmicos da plateia, que em várias ocasiões entoou "quem não pula é 'paco'", uma forma coloquial de se referir à polícia e da qual tanto a candidata presidencial quanto sua equipe de campanha tentaram se distanciar desde que os cantos ocorreram.
O ex-ministro do Trabalho, que reuniu 20.000 pessoas no distrito de Maipú, defendeu "um projeto para um país que olha para o futuro, muito diferente de outros projetos que se concentram no ódio, no medo e no desespero", de acordo com o jornal 'La Tercera'.
"Eu proponho o seguinte. Vamos fazer com que nossa campanha, em vez de se basear na desqualificação dos outros, se baseie em abraçá-los. O Chile é um país único e, assim como nas famílias, nem todos são bons uns para os outros, nem todos se amam igualmente, mas isso não significa que deixemos de ser uma família", enfatizou em seu discurso diante dos slogans do público contra a polícia e os candidatos de direita.
Um dos alvos desses slogans foi Kast, que em seu próprio discurso de encerramento de campanha, no qual reuniu 14.000 pessoas na Movistar Arena, em Santiago do Chile, insistiu em vincular Jara - "o candidato do governo" - ao governo de Gabriel Boric, no qual ele serviu até as eleições primárias que abriram caminho para as eleições presidenciais no próximo domingo, 16 de novembro.
"A esse governo que nos prometeu esperança e nos deu insegurança, que prometeu dignidade e herdou humilhação, que prometeu unidade e só gerou divisão no Chile, a esse governo dizemos basta, a esse governo vamos nos despedir", disse o candidato republicano, que afirmou que os membros do gabinete "não merecem estar lá".
Ele também fez uso do slogan de campanha do candidato pró-governo, "É Jara": "O desemprego feminino é Jara; a presença de 3.000 imigrantes ilegais é Jara; o aumento das contas de luz é Jara; os 40.000 compatriotas que morrem todos os anos em listas de espera é Jara; as 5.000 pessoas assassinadas que esse governo vai nos deixar, seu legado de violência, é Jara". "O Partido Comunista também é Jara (...) e, para que ninguém se esqueça, Boric é Jara e Jara é Boric", enfatizou.
As eleições presidenciais do Chile também incluem a candidatura de outro proeminente candidato de direita na região metropolitana de Santiago: o da União Democrática Independente, Evelyn Matthei, que realizará sua cerimônia de encerramento no Estádio Santa Laura na quinta-feira.
De acordo com a última pesquisa publicada pela La Cosa Nostra (LCN) do Chile, datada de 30 de outubro, Jara lidera no primeiro turno com 33,5% dos votos, seguido por Kaiser e Matthei, ambos com 19,3%, e Kast, com 17,7%. Parisi, por outro lado, tem apenas 4,5%.
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