O presidente salvadorenho garante que a posição de seu colega venezuelano "carece de coerência".
MADRID, 23 abr. (EUROPA PRESS) -
O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, reiterou nesta terça-feira ao seu homólogo venezuelano, Nicolás Maduro, a proposta de repatriar mais de 250 migrantes desse país deportados pelos Estados Unidos para uma prisão de segurança máxima em El Salvador, em troca da libertação do mesmo número de "presos políticos" mantidos em Caracas, depois que este último a rejeitou, denunciando o "sequestro ultrajante" de seus compatriotas.
"O senhor declarou ontem que não aceitará nossa proposta de troca de prisioneiros. No entanto, sua recusa carece de coerência", disse ele em uma nota publicada na rede social X.
Bukele lembrou que Maduro "já realizou esse tipo de troca no passado", assegurando que "chegou a libertar 30 presos políticos em troca de apenas um: Alex Saab", em alusão ao atual ministro da Indústria da Venezuela. "Ele achava que uma troca de 30 por 1 era justa, mas agora ele rejeita uma proposta justa de 1 por 1", acrescentou.
Saab, considerado o homem de frente de Maduro, foi libertado em dezembro de 2023 pela Casa Branca junto com uma dúzia de prisioneiros venezuelanos, depois de ser preso em junho de 2020 em Cabo Verde e posteriormente extraditado para os Estados Unidos por acusações de lavagem de dinheiro.
"Não foi o senhor que disse que faria "tudo o que fosse necessário" para obter a libertação dos venezuelanos detidos em El Salvador? Quer dizer que o senhor estava mentindo na época? A recepção em Miraflores para os parentes dos detidos foi apenas um espetáculo da mídia?", disse Bukele.
Na mesma mensagem, o presidente salvadorenho anexou a proposta em uma carta assinada pelo Ministério das Relações Exteriores do país, que oferece a "repatriação total dos 252 venezuelanos detidos, condicionada à libertação e entrega, pela Venezuela, de um número equivalente de pessoas atualmente privadas de liberdade por motivos políticos em território venezuelano", bem como "a libertação de 50 cidadãos de diferentes nacionalidades".
As declarações de Bukele foram feitas um dia depois que Maduro o acusou de agir "com esquemas nazistas" e de ser "um violador em série" dos direitos humanos, denunciando o "sequestro absolutamente ultrajante de 252 venezuelanos" e sua internação "em campos de concentração sob maus-tratos e tortura" no país centro-americano.
Além disso, o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, rejeitou a proposta do presidente salvadorenho porque ela equipara os migrantes detidos ao "caso de pessoas detidas na Venezuela por tentativa de assassinato, assassinatos em série, tentativa de assassinato do presidente (...), explosão de quartéis, sequestro de pessoas para fomentar o caos neste país e tentar implodir a coexistência pacífica".
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