MADRID 14 abr. (EUROPA PRESS) -
O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, reconheceu que tem o poder de facilitar a libertação do cidadão salvadorenho Kilmar Abrego García, deportado pelos Estados Unidos após o que as próprias autoridades norte-americanas reconhecem como um "erro administrativo", mas argumentou que não pode mandá-lo de volta ao país norte-americano.
Como eu poderia mandá-lo de volta para os Estados Unidos", disse Bukele durante uma reunião com o presidente dos EUA, Donald Trump, na Casa Branca, "fui eu quem o trouxe ilegalmente para os Estados Unidos".
Bukele enfatizou que não tem a "competência" para levar Abrego aos Estados Unidos, mas também descartou sua libertação da prisão de segurança máxima Centro de Confinamiento del Terrorismo (CECOT). "Não estou muito interessado em liberar terroristas" no país, argumentou ele.
"Será que eles querem que voltemos a liberar criminosos e que voltemos a ser a capital mundial do assassinato? Isso não vai acontecer", enfatizou Bukele.
O governo dos EUA acredita que Abrego, um pai de família que mora em Maryland, pertence à Mara Salvatrucha (MS-13), uma organização criminosa da América Central, mas seus advogados negam.
Abrego foi deportado em meados de março, apesar de ter recebido status de proteção temporária de um juiz em 2019, depois de fugir de El Salvador por causa da violência de gangues. O governo reconheceu que o havia deportado por engano, mas argumentou que não tinha jurisdição para repatriá-lo.
Nesse contexto, a juíza federal Paula Xinis ordenou a repatriação de Abrego, embora o governo Trump tenha recorrido à Suprema Corte para bloquear a ordem. A Suprema Corte respondeu que o governo deve "facilitar" o retorno de Abrego, mas não ordenou nenhuma ação concreta nesse sentido.
As organizações de direitos civis questionaram a falta de salvaguardas ou a legalidade absoluta dessas deportações, especialmente depois que um juiz federal ordenou a suspensão com base no fato de que a aplicação da Lei do Inimigo Estrangeiro, uma lei do final do século XVIII que concede poderes especiais ao presidente e foi projetada para tempos de guerra, era inadequada.
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