BRUXELAS 10 jun. (EUROPA PRESS) -
O comissário europeu para a Defesa, Andrius Kubilius, pediu nesta terça-feira que a indústria de defesa dê um passo à frente diante da "tempestade perfeita" na Ucrânia, ressaltando que a diplomacia não está conseguindo deter o presidente russo Vladimir Putin e que o continente está enfrentando uma Rússia "mais agressiva".
No âmbito do fórum "Cúpula Europeia de Defesa e Segurança", o comissário lituano destacou que a indústria de defesa não é "apenas mais uma indústria", enfatizando que ela desempenha um papel fundamental na segurança europeia e pedindo que mais empresas participem da produção militar, tendo em vista os grandes investimentos planejados em nível europeu e nacional.
Ele traçou um paralelo com a Segunda Guerra Mundial, insistindo que a vitória dos Aliados foi baseada na superioridade industrial. "Os Aliados venceram primeiro a guerra de produção e depois também venceram a guerra real. Da mesma forma, agora dependemos da indústria para deter a agressão e evitar a guerra", disse ele.
Em sua opinião, a Europa deve enfrentar a "tempestade perfeita" na Ucrânia, dada a falta de perspectivas de paz e um Putin que "não quer a paz" e que está se reforçando diante de uma diplomacia que não está dando frutos. "A agressividade russa está aumentando. Mesmo que a paz seja concluída na Ucrânia, Putin continuará a mobilizar a economia de guerra da Rússia e a planejar sua próxima agressão, como nossos serviços de inteligência nos alertam, desta vez contra a UE", disse ele.
Dessa forma, Kubilius indicou que a preparação para investir em defesa "não é suficiente" e exige um "reforço urgente" da produção e uma estratégia de longo prazo para substituir as capacidades dos EUA diante de uma possível retirada do continente europeu.
Com relação à situação da indústria militar na Europa, embora Kubilius tenha reconhecido que a UE está progredindo "na aplicação material" da segurança, ele ressaltou que "ainda há muito a ser feito" em termos de cooperação industrial.
"Há uma necessidade urgente de mais cooperação, mais consolidação, mais especialização e mais padronização da indústria e de seus produtos. Sei que estão sendo feitos progressos nesse sentido", disse ele, apontando a necessidade de os Estados-membros consolidarem os gastos com defesa, o desenvolvimento conjunto e as compras militares conjuntas.
Ele também insistiu em investir no setor na Europa. "Não por causa do protecionismo, mas porque o setor precisa disso", disse ele, apontando para a necessidade de maior colaboração entre o setor e os governos para superar a fragmentação no setor.
INVESTIMENTO A SER TRADUZIDO EM PRODUÇÃO DE ARMAS
Como parte da conferência, o Almirante espanhol Ignacio Cuartero Lorenzo, Diretor de Capacidades e Conceitos do Estado-Maior da UE, enfatizou que as capacidades tradicionais, tanto navais quanto aéreas, poderiam ser desenvolvidas por empresas europeias.
"Temos que garantir que a indústria europeia aborde ou possa abordar todas essas capacidades e que todas as ferramentas que estamos implementando também ajudem a indústria a produzir tudo o que precisamos", disse ele.
Cuartero enfatizou a necessidade de coordenar toda a política de defesa na Europa, incluindo novos instrumentos de financiamento e maior cooperação entre a OTAN e a UE, para "ajudar os parceiros a transformar o dinheiro nas capacidades certas" para aumentar a dissuasão das forças armadas europeias.
Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático