BRUXELAS 4 nov. (EUROPA PRESS) -
Na terça-feira, a Comissão Europeia criticou mais uma vez a tendência autoritária do governo da Geórgia, reafirmando seu distanciamento da União Europeia e criticando a política repressiva de Tbilisi contra seus próprios cidadãos por meio da instrumentalização do sistema judicial, bem como a reprodução de campanhas de desinformação e teorias de conspiração de natureza pró-russa.
Em seu relatório anual sobre o progresso da política de ampliação dos países candidatos, o executivo da UE confirma o divórcio com o Sonho Georgiano no poder e destaca o primeiro-ministro da Geórgia, Irakli Kobajidze, por retroceder na maioria das questões básicas para a integração europeia, como governança democrática, combate à corrupção, reforma do sistema judiciário, liberdade de expressão e alinhamento com a política externa europeia.
"Em vez de demonstrar compromisso com uma maior integração à UE e progredir nas reformas necessárias, a Geórgia se afastou ainda mais do caminho em direção à União Europeia", afirma o relatório, que não é acompanhado pelas recomendações tradicionais para o progresso em direção à adesão, já que a UE acredita que a Geórgia precisa se concentrar no aprofundamento democrático mais básico.
A UE está sob ataque sistemático de funcionários de alto escalão, do partido governista e da mídia pró-Kobajidze, e as autoridades georgianas estão ativamente envolvidas na disseminação de narrativas de desinformação contra a UE.
"Embora continuem a declarar que a integração à UE é sua principal prioridade, as autoridades georgianas têm recorrido sistematicamente a uma retórica hostil contra a UE, narrativas manipuladoras e teorias da conspiração, muitas vezes refletindo a desinformação ao estilo russo", diz o documento da UE.
Em termos de política externa, o executivo da UE também aponta o desvio da Geórgia em relação à visão europeia, observando que ela não segue a maioria das sanções impostas contra a Rússia, Belarus e Irã, não participa de missões europeias e caiu para 40% da proporção de alinhamento com a política externa da UE, em comparação com 53% no ano anterior.
USAR O JUDICIÁRIO PARA "IMPOR UM SISTEMA DE REPRESSÃO".
Da mesma forma, o executivo europeu denuncia a perseguição de organizações que recebem financiamento da UE para "justificar a repressão da sociedade civil e apresentar atores pró-europeus como servidores de interesses externos", seguindo o mesmo padrão da Rússia.
"Sob o pretexto de combater a interferência estrangeira, o governo introduziu uma série de leis e mudanças regulatórias que, na prática, têm como alvo a sociedade civil, a mídia independente e os cidadãos que exercem seus direitos fundamentais", diz o relatório, que lamenta o cerco às organizações comprometidas com a democracia "em vez de abordar as ameaças reais da desinformação estrangeira".
Além disso, em um contexto de protesto dos cidadãos, a Comissão Europeia afirma que o sistema judicial tem sido usado pelo partido governista para "impor um sistema de repressão".
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