MADRID 6 jun. (EUROPA PRESS) -
O Banco Central do Brasil ordenou nesta quinta-feira, a pedido do Supremo Tribunal Federal, o bloqueio das contas bancárias e dos ativos financeiros da deputada pró-Bolsonaro Carla Zambelli, condenada a dez anos de prisão por participar de um ataque informático ao Conselho Nacional de Justiça e na lista vermelha da Interpol após fugir para a Itália.
A medida foi enviada a todas as instituições financeiras do país após sua autorização na quarta-feira pelo juiz do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. A ordem inclui o bloqueio de transferências do Pix (um sistema de pagamento instantâneo semelhante ao Bizum na Espanha), cartões de crédito, cotas de fundos de investimento, previdência privada, ouro e criptomoedas, segundo a Agência Brasil.
Zambelli está na Itália, de acordo com o gabinete do MP, onde pretende permanecer em virtude de sua dupla nacionalidade. A bolsonarista desembarcou na capital italiana vinda dos Estados Unidos, onde chegou na quarta-feira após cruzar a fronteira entre o Brasil e a Argentina.
No entanto, Zambelli disse na terça-feira, em uma entrevista à Rádio Auriverde, que seu objetivo era receber tratamento médico e que solicitaria uma licença de 127 dias, concedida pelo Congresso na quinta-feira.
Diante da fuga, o juiz De Moraes determinou na quarta-feira a abertura de uma investigação contra a deputada pelos crimes de coação no curso do processo e obstrução à investigação, ao seguir o "mesmo modus operandi" do deputado Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro e investigado por supostamente tentar interferir dos Estados Unidos - onde está de licença desde março deste ano - no processo judicial que enfrenta seu pai pela tentativa de golpe de Estado em janeiro de 2023.
Por sua vez, o ex-presidente disse na quinta-feira, depois de testemunhar na delegacia de polícia sobre a investigação contra seu filho, que só sabe do caso de Zambelli pela imprensa. "Não tenho nada a ver com Carla Zambelli, não depositei nenhum dinheiro em sua conta Pix, OK", explicou.
A justiça brasileira comprovou que Zambelli sabotou os sistemas de informática do Conselho Nacional de Justiça, além de inserir documentação falsa, inclusive um mandado de prisão para o próprio juiz De Moraes na lista oficial de foragidos.
O caso remonta a 2023, depois que a imprensa revelou que o deputado, antes das eleições de 2022, havia entrado em contato com o hacker Walter Delgatti Neto com o objetivo de sabotar os sistemas de segurança das urnas eletrônicas, a fim de contestar o resultado das eleições em caso de vitória de Lula.
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