MADRID 10 jun. (EUROPA PRESS) -
O ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, sugeriu na terça-feira que enfatizará suas críticas ao sistema eleitoral como estratégia de defesa em seu julgamento por golpe de Estado, no qual está programado para comparecer na quarta ou quinta-feira, dependendo do andamento das declarações dos outros réus.
"Se eu estiver à vontade, se preparem, vão ser horas", disse Bolsonaro em relação ao seu esperado depoimento no Supremo Tribunal Federal, onde já compareceram réus como seu ex-assessor coronel Mauro Cid, o ex-chefe de inteligência Alexandre Ramagem e o ex-comandante Almir Garnier.
Bolsonaro insistiu que "não houve golpe" no Brasil e anunciou que pretende apresentar uma dúzia de "vídeos curtos" durante seu depoimento que não apenas ajudariam a refutar a acusação, mas também mostrariam que as próprias autoridades estão cientes dos problemas de segurança associados à votação eletrônica.
Algumas dessas gravações, disse ele, mostram o juiz do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino "condenando a urna eletrônica", ou o ex-ministro da segurança Carlos Lupi "também dizendo que sem o voto impresso há fraude. Não estou inventando isso", disse ele.
As supostas falhas da votação eletrônica foram uma das principais reclamações de Bolsonaro durante a última campanha eleitoral, a ponto de organizar uma reunião no Palácio do Planalto em que falou sobre essas teorias, que foram amplamente negadas. Isso levou à sua desqualificação por oito anos.
Bolsonaro declarou que falará "por horas" depois que a justiça brasileira "proibiu muitas coisas" e ele foi acusado "até de ser pedófilo" por seus rivais políticos, de acordo com o site G1.
Na segunda-feira, começaram os interrogatórios no Supremo Tribunal Federal do "núcleo crucial" dessa suposta conspiração golpista para manter Bolsonaro no poder após as eleições de 2022. O primeiro a comparecer foi Mauro Cid, ex-confidente do ex-presidente brasileiro e agora colaborador da Justiça.
"Para a defesa foi perfeito. Ele mentiu, omitiu, esqueceu, trouxe questões que contradizem expressamente a denúncia. Nós vamos nos aprofundar nisso", disse o advogado de Bolsonaro, Celso Vilardi, ao chegar à sede do Supremo Tribunal Federal, em Brasília, nesta terça-feira.
Em sua aparição, Cid confirmou que Bolsonaro leu e propôs mudanças no projeto que foi elaborado para realizar esse suposto plano de golpe, embora tenha reconhecido não ter estado presente no momento em que essas modificações foram feitas.
O ex-presidente faz parte, junto com outras sete pessoas, do núcleo principal desse complô, pelo qual são acusados de associação criminosa, tentativa de abolir violentamente o Estado de Direito, golpe de Estado e danos à propriedade, que culminou na tentativa de assumir as instituições em 8 de outubro de 2023.
Bolsonaro será o sexto a comparecer. Antes disso, deverão comparecer o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o ex-chefe da Casa Civil e general da reserva Augusto Heleno Riberio. Em seguida, os ex-ministros da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto se apresentarão.
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