Publicado 10/06/2025 17:05

Bolsonaro diz que buscou "alternativas" dentro da lei após perder a eleição, mas nega golpe de Estado

O ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro depõe perante o Supremo Tribunal Federal
RADIO E TV JUSTIÇA (BRASIL)

MADRID 10 jun. (EUROPA PRESS) -

O ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro reconheceu na terça-feira perante o Supremo Tribunal Federal que buscou "alternativas" dentro da lei depois de perder as eleições de 2022 contra Luiz Inácio Lula da Silva, mas negou que tenha falado em dar um golpe, como parte de sua primeira aparição como réu em um plano de golpe.

"Quando falamos de um projeto de lei, parece ser um projeto perverso. Eu rejeito qualquer possibilidade de falar de um projeto de lei golpista ou de um projeto de lei que não esteja de acordo com a constituição brasileira", disse ele.

Quando questionado pelo juiz Alexandre de Moraes sobre o conteúdo das reuniões com comandantes militares no final de 2022, o ex-presidente disse que eles discutiram a possibilidade de agir "dentro da Constituição", de acordo com o portal de notícias G1.

"Não posso garantir que esse ou aquele assunto foi discutido nesse ou naquele dia. As reuniões que aconteceram foram em grande parte baseadas na decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Quando apresentamos uma petição sobre possíveis vulnerabilidades e, no dia seguinte, ela não foi aceita, não foi mais discutida", disse ele.

Bolsonaro considerou que o pagamento de uma multa imposta pelo TSE contra seu partido político, o Partido Liberal, por pedir a nulidade das eleições impediu, em sua opinião, qualquer questionamento do resultado eleitoral. "Entendemos que, se recorrêssemos, a multa poderia aumentar", disse ele.

Ele também negou que seu governo tenha discutido a possibilidade de realizar um plano de golpe de Estado: "De minha parte, nunca se falou em golpe de Estado. Isso é abominável. Seria fácil dar um golpe e as consequências seriam imprevisíveis e prejudiciais para todos. O Brasil não poderia passar por uma experiência dessas. A possibilidade de um golpe de Estado nem sequer foi cogitada durante meu governo", afirmou.

Ele também negou que o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, tenha colocado tropas à sua disposição para realizar medidas golpistas para reverter o resultado das eleições. "Em hipótese alguma (...) Não havia clima, não havia oportunidade, não havia base minimamente sólida para fazer nada", disse.

Quanto às suas declarações contra o processo eleitoral após insinuar que houve fraude no voto eletrônico, Bolsonaro tem afirmado que tem tido uma retórica a favor do voto impresso e que nunca tomou qualquer atitude contra a Constituição.

Ele também se desculpou por suas acusações de que ministros de tribunais superiores estavam "recebendo dinheiro" para manipular o resultado, reconhecendo que "não há provas" e que ele "não pretendia acusar ninguém de qualquer irregularidade".

O ex-presidente, juntamente com outras sete pessoas, faz parte do núcleo principal dessa trama, pela qual são acusados de associação criminosa, tentativa de abolir violentamente o Estado de Direito, golpe de Estado e danos à propriedade, culminando na tentativa de tomada das instituições em 8 de outubro de 2023.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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