Publicado 05/06/2025 22:36

Bolsonaro alega ter enviado mais de 300.000 euros para seu filho, acusado de interferir em seu julgamento nos Estados Unidos.

Archivo - 20 de fevereiro de 2025, National Harbor, Maryland, EUA: Eduardo Bolsonaro discursa durante o primeiro dia da Conferência CPAC 2025 no Gaylord Convention Center em National Harbor, Maryland, em 20 de fevereiro de 2025.
Europa Press/Contacto/Lev Radin - Archivo

O partido de Lula adverte que o ex-presidente seria "coautor dos possíveis crimes de seu filho".

MADRID, 6 jun. (EUROPA PRESS) -

O ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro disse na quinta-feira que enviou dois milhões de reais (cerca de 312.600 euros) para seu filho Eduardo Bolsonaro, um deputado sob investigação do Ministério Público brasileiro por supostamente tentar interferir dos Estados Unidos - onde está desde março deste ano - no processo judicial que enfrenta seu pai pela tentativa de golpe de Estado em janeiro de 2023.

"Ele [Eduardo] está lá fora, não quero que ele tenha dificuldades. É muito? É bastante dinheiro. Nos Estados Unidos pode não ser tanto, são cerca de 350 mil dólares, mas eu quero o bem-estar dele", disse em um comunicado divulgado pela Agência Brasil, no qual explicou que a origem desse valor são os 17 milhões de reais (2,66 milhões de euros) que ele teria recebido em doações de apoiadores em 2023.

O líder do Partido dos Trabalhadores (PT) no Congresso dos Deputados do Brasil, Lindbergh Farias, advertiu que o envio de dinheiro reconhecido pelo ex-presidente "o torna coautor dos possíveis crimes de seu filho, financiando as atividades de uma possível organização criminosa sediada no exterior para sabotar as instituições brasileiras", uma situação que ele denunciou na rede social X como "muito grave".

Na semana passada, o juiz do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, que está investigando tanto esse caso quanto o do golpe de Estado, abriu um inquérito contra o filho do ex-presidente a pedido do Ministério Público pelos crimes de obstrução de investigações, coação durante o processo em andamento e atentado contra a soberania do Brasil, como parte da campanha que o deputado lançou dos Estados Unidos para defender a inocência de seu pai.

O magistrado procuraria esclarecer se Jair Bolsonaro está se beneficiando diretamente das ações de seu filho, que o ex-presidente definiu como um trabalho "pela democracia", negando que haja qualquer sanção dos EUA alcançada por pressão política, mas que "tudo é baseado em fatos".

O Departamento de Estado dos EUA anunciou na semana passada que Washington proibiria a entrada no país de todas as pessoas, incluindo autoridades, que são "cúmplices da censura contra os americanos", "seja na América Latina, na Europa ou em qualquer outro lugar", uma medida amplamente entendida como dirigida a De Moraes, depois que o secretário Marco Rubio confirmou que há uma "alta possibilidade" de sancionar o juiz brasileiro.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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