Publicado 23/11/2025 16:52

Bolsonaro alega "alucinação" e "paranoia" para justificar sua tentativa de abrir a tornozeleira

Pulseira de tornozelo de Jair Bolsonaro danificada por soldador
FISCALÍA FEDERAL DE BRASIL

MADRID 23 nov. (EUROPA PRESS) -

A audiência de custódia realizada neste domingo para legalizar a prisão preventiva do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro foi concluída com a confirmação da medida de restrição de liberdade contra o ex-presidente, que alegou "alucinação" e "paranoia" para justificar sua tentativa de manipular a tornozeleira de vigilância que usava quando foi preso.

"A testemunha declarou que teve uma 'alucinação' devido à presença de algum tipo de aparelho de escuta na tornozeleira e por isso tentou abrir a tampa" com um ferro de solda, de acordo com o documento judicial sobre a audiência, a cargo da juíza Luciana Yuki Fugishita Sorrentino. A juíza, auxiliar do juiz do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, que expediu o mandado de prisão, concluiu que "não houve abuso ou irregularidade por parte da polícia".

Bolsonaro garantiu durante a audiência que não se lembra de ter tido qualquer episódio semelhante em qualquer ocasião anterior e indicou que quatro dias antes dos eventos ele "começou a tomar medicação". "Eu tive uma certa paranoia de sexta para sábado por causa da medicação que me foi prescrita por diferentes médicos, que interagiram de forma inadequada", disse ele. No entanto, ele negou que tivesse qualquer intenção de fugir.

Além disso, ele rejeitou a hipótese de que tivesse a intenção de aproveitar a vigília de oração convocada em seu apoio perto de sua casa para fugir, e enfatizou que a reunião estava a cerca de 700 metros de sua casa, de modo que "não havia possibilidade de criar qualquer tumulto que pudesse facilitar uma fuga hipotética".

Em um vídeo divulgado após sua prisão no sábado, Bolsonaro explica que colocou "um ferro quente" no dispositivo da tornozeleira por "curiosidade", fatos que foram descobertos após ser preso por ordem de De Moraes, que argumenta o risco de fuga dada a vigília e a proximidade das embaixadas dos Estados Unidos e da Argentina de sua casa.

Após a prisão, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva disse da África do Sul, onde participa da cúpula do G20, que "todo mundo sabe" por que Bolsonaro está sendo detido, em referência à sua condenação por tentativa de golpe de Estado.

"O sistema judiciário tomou uma decisão. Ele foi julgado. Ele teve o direito à presunção de inocência. Foram quase dois anos e meio de investigação, de depoimentos, de julgamento", lembrou. "Depois disso, a justiça decidiu. Foi decidido. Ele vai cumprir a sentença estabelecida pelo sistema judiciário e todos sabem o que ele fez", acrescentou.

O porta-voz do Partido dos Trabalhadores (PT) de Lula na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias, foi mais drástico. "Um grande dia! A Polícia Federal prendeu Jair Bolsonaro preventivamente na reta final do processo do golpe de estado", disse em sua conta na rede social X.

Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses de prisão por organizar uma trama para se perpetuar no poder, cometer os crimes de golpe de Estado, abolição do Estado de Direito, constituição de organização criminosa armada, dano agravado ao patrimônio público e deterioração do patrimônio histórico. Ele está em prisão domiciliar desde 4 de agosto.

Sua sentença também inclui a desqualificação por até oito anos após o término de sua pena, que, se não for reduzida, deverá expirar em 2060, quando o líder da extrema direita teria, hipoteticamente, 105 anos de idade.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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