Publicado 28/11/2025 09:32

Bélgica adverte que o uso de ativos russos para financiar a Ucrânia põe em risco o acordo de paz

Ele chama a proposta de Bruxelas de "fundamentalmente falha", que está indo adiante e apresentará a base legal dentro de alguns dias.

Archivo - Arquivo - HANDOUT - 23 de outubro de 2025, Bélgica, Bruxelas: O primeiro-ministro belga Bart De Wever chega para participar da Cúpula do Euro no prédio do Conselho Europeu em Bruxelas. Foto: Frederic Sierakowski/Conselho Europeu/dpa - ATENÇÃO: s
Frederic Sierakowski/European Co / DPA - Arquivo

BRUXELAS, 28 nov. (EUROPA PRESS) -

O primeiro-ministro da Bélgica, Bart de Wever, atacou novamente a proposta da Comissão Europeia de usar os ativos russos congelados para financiar a Ucrânia, alertando em uma dura carta para a chefe executiva da UE, Ursula von der Leyen, que isso não apenas "violaria" o direito internacional, mas também poderia prejudicar os esforços para um acordo de paz.

Apesar das críticas belgas, o executivo da UE confirmou na sexta-feira que está prosseguindo com a preparação da base legal para sua proposta, que será formalmente apresentada às capitais "nos próximos dias", de acordo com a porta-voz de Von der Leyen, Paula Pinho, em uma coletiva de imprensa em Bruxelas.

Um dos problemas em que De Wever insiste é a falta de uma proposta legal clara que aborde como a UE argumentará que o uso dos ativos russos congelados não é confisco e que dê garantias à Bélgica de que os outros países do bloco serão solidariamente responsáveis se ela tiver que responder pela ação no tribunal no futuro.

O texto do líder ultranacionalista flamengo, relatado pelo Financial Times, adverte que apressar o uso dos ativos russos poderia "como dano colateral" "impedir efetivamente" o sucesso de um eventual acordo de paz.

Ele também vê na proposta um plano que "não apenas violaria um princípio fundamental da lei internacional, mas também criaria incerteza adicional nos mercados internacionais", ao mesmo tempo em que insiste que, mesmo que Bruxelas negue que se trata de uma apreensão ilegal, "outros verão isso de forma diferente e agirão de acordo". Portanto, o líder belga defende um empréstimo conjunto que "seria menos oneroso se todos os riscos subsequentes" fossem levados em consideração.

Pinho confirmou o recebimento da carta de De Wever e evitou entrar em detalhes ou responder à advertência de que a proposta poderia inviabilizar um eventual acordo de paz, mas garantiu que a Comissão está em contato próximo com todos os Estados membros, incluindo a Bélgica, para garantir que "todas as preocupações" sejam abordadas "de forma satisfatória para que todos possam se sentir seguros e confortáveis" com a solução que finalmente for adotada.

Há apenas dez dias, Von der Leyen enviou aos governos um primeiro documento descrevendo as três opções que Bruxelas está considerando para financiar as necessidades urgentes da Ucrânia nos próximos dois anos. O objetivo é que os chefes de estado e de governo da UE cheguem a um acordo na cúpula de dezembro, mas Bruxelas ainda não esclareceu se sua proposta exigirá unanimidade ou o apoio de uma maioria qualificada.

No documento enviado aos líderes, a conservadora alemã defende sua ideia de usar a liquidez obtida com os ativos soberanos russos congelados na Euroclear - cuja sede fica na Bélgica e que, por isso, De Wever teme as consequências para seu país - para financiar um empréstimo de reparação de até 140 bilhões, que Kiev só teria que pagar se a Rússia compensasse financeiramente a Ucrânia pela destruição após o fim da guerra.

A proposta de Bruxelas oferece as alternativas de os estados-membros fornecerem diretamente subsídios bilaterais à Ucrânia ou a UE recorrer aos mercados para financiar conjuntamente um resgate de 90 bilhões de euros com dívidas. Von der Leyen também adverte que as três possibilidades não são mutuamente exclusivas e podem ser combinadas.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

Contador

Contenido patrocinado