Gabriel Luengas - Europa Press
MADRID 24 dez. (EUROPA PRESS) -
A secretária-geral do Podemos, Ione Belarra, acusou o presidente Pedro Sánchez de fazer "campanha" com o salário mínimo ou com o chamado "escudo social", que inclui, entre outros, a suspensão dos despejos dos mais vulneráveis, depois de ter custado "sangue, suor e lágrimas" para apresentar essas medidas na legislatura anterior, da qual faziam parte junto com o PSOE.
Foi assim que Belarra avaliou o último decreto do governo antes das férias de Natal, que inclui o aumento das pensões ou da renda mínima vital, a extensão do bônus de eletricidade ou a proibição de despejar as famílias mais vulneráveis, uma medida que o Executivo concordou com Bildu.
Nesse contexto, Belarra defendeu, em uma entrevista em 'Las mañanas' na 'RNE', o trabalho do Podemos no governo anterior, onde propôs "transformações" sociais "com as quais Pedro Sánchez agora continua a fazer campanha".
"Pedro Sánchez ainda está em campanha com o aumento do salário mínimo que o Podemos exigiu; com o escudo social que o Podemos exigiu. E que, por sinal, nos custou sangue, suor e lágrimas para aprovar a suspensão dos despejos, que agora anunciam sua prorrogação", disse ele.
Com relação ao resultado das eleições na Extremadura, com uma vitória confortável para o PP, que precisará do apoio do Vox, Belarra reprovou que a "direita" da sociedade é o resultado de um governo que "renunciou absolutamente a realizar qualquer uma das políticas que as pessoas esperavam quando votaram em Pedro Sánchez em 23 de julho de 2023".
Em sua opinião, a "inação", o "rearmamento criminoso", com o qual "o dinheiro da política social está sendo gasto em armas e tanques", ou "não fazer nada sobre a crise habitacional" é "o que está permitindo que a direita seja mais forte do que nunca".
No entanto, Belarra destacou que "o caminho a seguir para a esquerda transformadora" é através da "liderança do Podemos", com "um verdadeiro compromisso com a mudança para a esquerda, que é a única maneira de derrotar essa direita".
"Queremos mudar este país, porque sabemos que a Espanha não é assim. A Espanha não é García Albiol expulsando 400 pessoas em Badalona na véspera do Natal. Não somos essas pessoas de merda", disse ele, referindo-se ao prefeito de Badalona, pelo despejo de um grupo de migrantes de uma escola secundária abandonada.
REFLEXÃO AOS PARTIDOS PARA ACRESCENTAR
O líder do partido roxo acusou o PSOE de dedicar "mais esforços" para "tentar acabar com sua esquerda do que para vencer a direita", censurando-os por "promover" a "operação Sumar" para "substituir o Podemos por uma opção que respeite seus limites".
A esse respeito, e questionado sobre as negociações para uma lista conjunta de esquerda nas eleições em Aragão, Belarra explicou que o Podemos "estará trabalhando para construir os candidatos mais transformadores e mais amplos possíveis", porque o objetivo é "acumular poder social, mas também poder institucional".
Da mesma forma, ela pediu às forças políticas que compõem o espaço de Sumar que "reflitam" porque participaram de "um projeto fracassado" e devem colocar "algo na mesa" se quiserem trabalhar para colocar "a esquerda de pé", como faz o Podemos, ou continuar a se curvar a um PSOE "assolado pela corrupção e com casos terríveis de machismo", que "não faz nada para deter a crise habitacional".
"Essa decisão não pode ser tomada por mim, não pode ser tomada pelo Podemos, tem que ser tomada por aqueles que fizeram parte desse projeto fracassado e é aí que estamos", disse Belarra, ao confirmar que continuam as conversas discretas para chegar a um acordo nas eleições aragonesas.
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