Ele admite que "até o momento" o governo não tem os votos necessários para evitar sua queda em 8 de setembro.
MADRID, 27 ago. (EUROPA PRESS) -
O primeiro-ministro da França, François Bayrou, se reunirá a partir de segunda-feira com representantes dos diferentes partidos para tentar aproximar posições antes da questão de confiança que o Parlamento votará em 8 de setembro e da qual depende a continuidade do atual governo, que colocou sobre a mesa um plano de cortes de quase 44.000 milhões de euros.
Bayrou explicou em uma entrevista para o canal TF1 que nos últimos dias ele já conseguiu conversar com "alguns e outros", alegando que se ele não havia iniciado uma rodada formal de contatos até agora era porque os partidos "estavam de férias". "Faltam doze dias", disse ele.
Esse é o tempo que ele tem para convencer a oposição e alcançar uma maioria que ele não tem. "Até hoje, a priori, eu não conseguiria obter a confiança" da Assembleia Nacional, admitiu Bayrou, que apelou para a responsabilidade dos legisladores, enfatizando que "a vida da nação está em jogo".
O primeiro-ministro disse que estava disposto a falar sobre todas as questões, "exceto uma", o "superendividamento" que, em sua opinião, coloca em risco a estabilidade financeira da França a médio e longo prazo. "Concordamos com a seriedade e a urgência da situação", perguntou ele.
Partidos de oposição, como La France Insoumise (LFI) e Rassemblement Nationale, já anunciaram que não darão a confiança que o governo está exigindo, enquanto crescem as vozes que apontam o dedo para o presidente, Emmanuel Macron, e pedem que ele faça algum tipo de gesto para devolver a voz aos cidadãos.
O fracasso da questão de confiança significaria a queda do governo, mas, de acordo com Bayrou, não significaria necessariamente a dissolução do parlamento. Ele não acredita que a convocação de eleições legislativas garantiria a "estabilidade" de que o país precisa.
OS PARTIDOS RESPONDEM
Os partidos de oposição foram rápidos em usar as mídias sociais para responder a Bayrou, a quem a ex-candidata presidencial de extrema-direita Marine Le Pen acusou de estar envolvido em "mentiras". Le Pen afirmou que o Rassemblement Nationale "não estava de férias" e que uma carta com propostas orçamentárias enviada ao governo continua "sem resposta".
Jean-Luc Mélenchon, do LFI, disse que o primeiro-ministro "confunde números e argumentos" com um discurso "populista e antipartidário". Ele "assusta e mente", disse, presumindo mais uma vez que o dia 8 de setembro será o último dia de Bayrou no cargo.
Do Partido Socialista, seu secretário-geral, Olivier Faure, disse que "ninguém discute" que a França tem um alto nível de endividamento, mas ressaltou que o "responsável" é Macron e criticou o fato de as medidas serem tomadas como uma "punição" aos trabalhadores, aposentados, desempregados e jovens.
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