Publicado 26/03/2025 10:01

Atores, cantores, cineastas e grupos sociais assinam um manifesto contra o plano de rearmamento da UE

Os coletivos e atores sociais Carolina Yuste e Juan Diego Botto apresentam o manifesto contra o plano de rearmamento da UE intitulado "Não nos conformamos com o rearmamento e a guerra na Europa" nos portões do Congresso.
EUROPA PRESS

Os atores Juan Diego Botto e Carolina Yuste apresentam o texto ao Congresso com o apoio de Sumar, Bildu, Podemos e BNG.

MADRID, 26 mar. (EUROPA PRESS) -

Quase 850 grupos sociais e representantes do mundo da cultura, como os atores Juan Diego Botto, Javier Bardem, Luis Tosar, Carolina Yuste e Aitana Sánchez Gijón, assinaram um manifesto contra o plano de rearmamento proposto pela Comissão Europeia.

Entre os signatários da iniciativa estão os atores Alberto San Juan, Ana Turpin, Guillermo Toledo, Nur Levi, Nathalie Poza, Gorka Otxoa, Fele Martínez e Sergio Peris-Mencheta, juntamente com o cineasta Montxo Armendáriz, o escritor Isaac Rosa e os cantores Rozalen, Luis Pastos, Amparo Sánchez (Amparanoia) e Marwan.

O texto, que foi apresentado durante um comício nos portões do Congresso por ocasião do comparecimento do Presidente Pedro Sánchez sobre política de defesa, foi apresentado por Botto e Yuste com o apoio de parlamentares do Sumar, Podemos, Bildu e BNG.

Os dois artistas leram o manifesto, intitulado "Não nos resignamos ao rearmamento e à guerra na Europa", que afirma, diante do plano de rearmamento da UE, que a sociedade precisa da "segurança proporcionada por saúde e educação públicas de qualidade", acesso a moradia decente para os jovens e garantia de aposentadoria para os idosos.

O "AUMENTO DESENFREADO DOS GASTOS MILITARES" NÃO PROPORCIONA SEGURANÇA.

"Não queremos que nossos filhos e netos vivam o horror da guerra", afirma o documento, questionando "até que ponto exatamente o aumento desenfreado dos gastos militares que os governos europeus estão propondo aprovar sem debate público, sem transparência ou detalhes, e com urgência, contribui para esse futuro em paz".

"Que parte desses bilhões será destinada à melhoria da educação, da saúde, da terrível situação habitacional, da precariedade cultural, da harmonia ambiental ou da solidariedade internacional? Não seria necessário investir em maiores esforços políticos e diplomáticos que, diante de ameaças de agressão, busquem caminhos de diálogo ainda não explorados?

Em seguida, ele pergunta se é "estúpido, simplista ou ingênuo desejar" a defesa da paz e da justiça social, para denegrir "os ventos da guerra, a linguagem belicista e o compromisso com as armas" como forma de trazer um futuro melhor.

O CLIMA DE GUERRA DÁ ORIGEM AO "AUTORITARISMO".

Dessa forma, os grupos e personalidades que assinam o manifesto proclamam que "o rearmamento da Europa não trará paz, não contribuirá para o desanuviamento" e o que fará é nos aproximar ainda mais da guerra. De fato, advertem que "os contextos militaristas costumam ser acompanhados de retrocessos nos direitos, nas liberdades e nas políticas sociais", além de gerar "medo e alarme social, cenário ideal para normalizar os mecanismos de repressão e autoritarismo", como acreditam que já está começando a ser visto.

"Os cidadãos de nosso país demonstraram amplamente no passado seu compromisso com a paz e com as políticas antiguerra. As manifestações em massa contra a guerra no Iraque, promovida ilegalmente pelo governo de José María Aznar, e o movimento para rejeitar a permanência do nosso país na OTAN fazem parte da nossa memória coletiva recente", explica o texto.

Assim, eles alertam que o aumento dos gastos militares europeus para 800 bilhões em quatro anos, conforme estabelecido pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, "será realizado por meio de um mecanismo de excepcionalidade que evitará o debate nos parlamentos e, em geral, informações claras e detalhadas para os cidadãos europeus".

OS DEPUTADOS ALERTAM QUE O INVESTIMENTO SOCIAL SERÁ DESTINADO À COMPRA DE "TANQUES E JATOS DE COMBATE".

"Não podemos e não queremos aceitar que o dinheiro de nossos hospitais públicos, de nossas escolas e universidades públicas, de nosso sistema de atendimento à dependência, de nossas políticas de proteção e cobertura social (...) seja usado para comprar tanques, fuzis, caças e mísseis para a guerra, porque foi isso que as elites belicistas que atualmente governam a Europa e os EUA decidiram", criticam os signatários do manifesto.

Em contrapartida, eles argumentam que a "segurança real" é proporcionada por aposentadorias públicas, médicos no sistema de saúde, tratamento gratuito em hospitais públicos e escolas e universidades públicas, tudo isso contribuindo para a igualdade social.

Em seguida, eles criticam o fato de que "os climas de guerra são projetados em escritórios confortáveis, mas são as pessoas que pagam as consequências". Por esse motivo, eles defendem, neste momento crucial, "dissipar a tensão crescente e defender um modelo de paz, bem-estar social e extensão de direitos".

"Não nos resignamos à guerra, porque não queremos a paz dos cemitérios, porque a história nos mostra que a única forma realista de alcançar a paz não é militar, mas política. Comece a trabalhar e trabalhe pela paz, nós a exigimos", conclui o manuscrito.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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