Publicado 16/03/2025 06:46

A Atlantic Copper lamenta as tarifas dos EUA, mas as vê como uma "oportunidade" para "fortalecer" a indústria europeia

A CEO da Atlantic Copper, Macarena Gutiérrez, em uma entrevista à Europa Press. Em 11 de março de 2025, em Sevilha (Andaluzia, Espanha).
FRANCISCO J. OLMO/EUROPA PRESS

HUELVA 16 mar. (EUROPA PRESS) -

A nova CEO da Atlantic Copper, Macarena Gutiérrez, apontou que as possíveis tarifas que o presidente dos EUA, Donald Trump, pretende introduzir serão "más notícias para a economia americana, porque criarão inflação", já que "se a economia americana sofre, todos nós sofremos", mas ela vê a situação como "uma oportunidade", já que a Europa "pode fortalecer a indústria, a independência europeia e nós fazemos para crescer e não depender de terceiros países".

Foi o que Gutiérrez disse em uma entrevista à Europa Press, na qual especificou que a Atlantic Copper não exporta diretamente para os Estados Unidos, apenas "um pouco de ácido sulfúrico", mas, mesmo assim, "se a economia americana - que é a principal economia do mundo - sofrer, isso obviamente terá um impacto no resto do mundo".

Ao mesmo tempo, ele pediu "um pouco de bom senso" e espera que os contínuos anúncios de Trump "sejam uma forma de negociação". Ao mesmo tempo, ele acrescentou que a situação "serviu como um alerta para a Europa", porque, em sua opinião, "estávamos um pouco letárgicos, com uma guerra com a qual aprendemos a conviver".

"A médio prazo, a Europa precisa tomar as rédeas de sua economia, gerar mais indústria", assegurou Gutiérrez, que, como lembrou, "é o que temos pregado há muito tempo" para ter "solvência a longo prazo" e "desfrutar" da Europa, da Espanha e da Andaluzia.

A EUROPA É 'DEFICIENTE': "TEMOS QUE NOS ADAPTAR E COMPETIR".

Em consonância com isso, o CEO da Atlantic Copper adverte que a Europa é "claramente deficiente" em praticamente todos os metais estratégicos e críticos. Isso inclui cobre e outros metais - que a empresa também produz -, ouro e prata, paládio e platina.

Por outro lado, ele abordou o aumento dos preços da energia, que teve um impacto em todo o setor industrial, especialmente no setor eletrointensivo, como a Atlantic Copper. No entanto, ele enfatizou que a empresa conseguiu "mitigar" parte desse impacto graças a suas políticas de eficiência energética - que nos permitem gerar eletricidade a partir do calor do processo - bem como por meio de acordos PPA, que limitaram os efeitos do aumento dos custos.

"As coisas acontecem da noite para o dia, de repente a Europa diz que estou voltando e faz planos em duas semanas", comentou Gutiérrez, e como empresária ela sugere fazer planos de médio e longo prazo e cumpri-los, mas sempre tendo "um olho no longo prazo e no que está acontecendo", e assim "adaptar-se e competir" para fazer as coisas "cada vez melhor, com mais eficiência, e usar a tecnologia para isso".

Com relação à busca por minerais essenciais, a Europa lançou o European Critical Raw Material Act, com o qual a UE quer "garantir um suprimento seguro e sustentável" de matérias-primas essenciais para a indústria europeia e "reduzir significativamente a dependência".

A UE estabeleceu quatro objetivos principais. O primeiro é que 10% dos metais consumidos na Europa devem vir da mineração europeia; o segundo é que 45% dos metais consumidos devem vir de empresas que os processaram na Europa; o terceiro é que 25% devem vir de metais reciclados; e, por fim, nenhum metal pode depender mais de 65% de um país.

Nesse sentido, a Atlantic Copper é orientada por quatro pilares principais. Primeiro, um mapa geológico do que existe na Europa; segundo, uma "chamada de interesse", ou seja, que projetos estratégicos poderíamos desenvolver na Europa para ter acesso a essas matérias-primas; terceiro, um plano de colaboração com os países produtores desses metais para tentar fazer alianças com eles e ter acesso a essa matéria-prima; e quarto, serão estabelecidas condições para desenvolver esses projetos e reduzir a dependência.

"CRESCER COM A ATLANTIC COPPER É UM VALOR AGREGADO".

"Portanto, crescer com uma empresa como a Atlantic Copper no desenvolvimento, importação e transformação desses metais é, acredito, um valor agregado para a Espanha, Andaluzia e Europa", disse Gutiérrez.

Ele também garantiu que o setor está "claramente crescendo", e a empresa está "muito feliz" por poder contribuir para esse desenvolvimento.

Ele destacou que é necessário muito cobre para o desenvolvimento sustentável, o desenvolvimento de tecnologias de acesso e centros de dados. Nesse sentido, eles estão "percebendo" que, por exemplo, o consumo de energia desses centros de gerenciamento de dados está crescendo e, portanto, a necessidade de obter esse material está aumentando.

Nesse sentido, ele lembrou o projeto no qual a empresa está trabalhando, 'CirCular', a planta de economia circular que visa "avançar na reciclagem" e, assim, acompanhar a Europa, que nesse aspecto "está muito avançada", com a reciclagem de metais grandes acima de 50%.

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