MADRID 6 jul. (EUROPA PRESS) -
A esquerda peruana apresentou até oito projetos de lei diferentes no Congresso com o objetivo de reverter o aumento salarial da presidente do país, Dina Boluarte, depois que ela anunciou que aumentaria seu salário em 120%, alegando que "isso é inaceitável e que "não tem legitimidade institucional".
As propostas tornadas públicas até o momento foram promovidas pela Bancada Socialista, Bloque Democrático Popular e Juntos por el Perú-Voces del Pueblo, todos grupos de esquerda que concordaram em pedir a anulação do Decreto Supremo N°136-2025-EF, referente à mudança na remuneração de Boluarte, conforme publicado no jornal 'El Peruano'.
Nessa linha, foram propostas diferentes medidas e iniciativas, incluindo não apenas a promoção de "um projeto de lei multipartidário" com o objetivo de revogar o decreto em questão, mas também a interpelação do Primeiro-Ministro, Eduardo Arana, e do Ministro da Economia, Raúl Pérez Reyes, responsável pela pasta da qual se originou o relatório técnico que apoia o aumento salarial de Boluarte.
No primeiro desses casos, os votos a favor vieram do Podemos Perú, Somos Perú, Perú Libre, Perú Libre, Renovación Popular, Honor y Democracia, Acción Popular, Bancada Socialista e Bloque Democrático Popular. Por outro lado, nenhum congressista do Fuerza Popular participou da votação da proposta.
A terceira das iniciativas propostas visaria enviar uma carta ao presidente do Congresso, Eduardo Salhuana, para convocar a presidente perante a legislatura e exigir que ela "forneça apoio técnico, jurídico e orçamentário para o aumento de sua remuneração mensal".
A comitiva da presidente justificou seu novo salário argumentando que "a presidente é a autoridade máxima e tem a maior hierarquia entre os funcionários públicos do país, de acordo com a Constituição" e que, "consequentemente, ela não poderia continuar a receber um salário que não estivesse de acordo com sua hierarquia".
No entanto, a esquerda classificou o regulamento questionado como "um tapa na cara da pobreza do Peru" e criticou que, "em um contexto de crise de legitimidade social, econômica e institucional, é inaceitável que não sejam fornecidas explicações claras", nas palavras do representante do Podemos Peru, Juan Burgos, conforme relatado pelo jornal 'El Comercio'.
Em termos semelhantes, o deputado Edgard Reymundo, do Bloque Democrático Popular, acrescentou que o decreto "não tem apoio técnico suficiente e é politicamente impertinente".
Outros parlamentares condenaram o fato de que, embora o aumento salarial de Boluarte não possa ser considerado "tecnicamente incorreto", ele foi concedido "em um momento político inadequado". Assim, a medida foi descrita como "tecnicamente positiva, mas politicamente absolutamente incorreta e inoportuna".
O debate em torno do salário do presidente peruano tomou conta da arena pública do país depois que o Conselho de Ministros aprovou na última quarta-feira que o salário do presidente aumentaria de 15.600 soles (cerca de 3.700 euros) para 35.500 soles (8.500 euros). O decreto foi oficializado na sexta-feira, já publicado com a assinatura de Boluarte.
Pouco depois, o comitê de supervisão do Congresso do Peru concordou em convocar a presidente para uma sessão plenária do parlamento para responder pelo regulamento que dobra seu salário e aprovou um primeiro projeto de lei para anular o aumento.
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