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O país hebreu se recusa a cooperar com a UNRWA e os EUA o apoiam em sua "rejeição total" a essa ideia.
MADRID, 13 dez. (EUROPA PRESS) -
A Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou nesta sexta-feira uma resolução que apóia o parecer consultivo emitido pela Corte Internacional de Justiça sobre a obrigação de Israel de cooperar com a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA) e outras agências da ONU nos territórios palestinos ocupados.
O projeto foi adotado por 139 votos a favor, 19 abstenções e 12 votos contra, incluindo os de Israel, Estados Unidos, Argentina, Bolívia, Hungria e outros.
"O Secretário-Geral sente-se encorajado pelo enorme apoio que os Estados Membros, inclusive por meio da Assembleia Geral, têm demonstrado ao trabalho da UNRWA (...). É essencial que todos os Estados, inclusive Israel, cooperem e trabalhem com a UNRWA. Como vocês sabem, a CIJ também pediu isso em seu recente julgamento", explicou o porta-voz adjunto do secretário-geral da ONU, Farhan Haq, em uma coletiva de imprensa.
Na mesma linha, o Comissário Geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, saudou o resultado da votação como "um importante sinal de apoio à UNRWA pela esmagadora maioria da comunidade internacional" e enfatizou a natureza "infundada" das alegações de infiltração do Hamas na agência, bem como as acusações de sua falta de neutralidade.
"Como o ICJ já enfatizou, a UNRWA é o principal agente humanitário no oPt e todos os esforços devem ser feitos para facilitar nosso trabalho, não para dificultá-lo ou impedi-lo", disse Lazzarini, pedindo aos estados membros que continuem a apoiar seus esforços para "responder às terríveis condições humanitárias em Gaza e expandir (seus) serviços críticos de saúde pública e educação".
ISRAEL SE RECUSA: "ISSO NÃO VAI ACONTECER".
O representante permanente de Israel na ONU, Danny Danon, criticou o veredito da Assembleia Geral como um apelo à "cooperação com o terrorismo" e disse que "isso não acontecerá".
"Não esqueceremos os crimes contra a humanidade cometidos pelos trabalhadores da UNRWA em 7 de outubro (2023). Não esqueceremos que um assistente social da UNRWA sequestrou o corpo sem vida de Yonatan Samerano e o levou para Gaza. Para o bem da paz no mundo, a UNRWA deve desaparecer", disse Danon em um post em sua conta na mídia social X.
Na mesma linha, o Departamento de Estado dos EUA emitiu uma declaração na qual "rejeita qualquer tentativa de dar poder à UNRWA e apoia Israel na rejeição de acusações falsas e tendenciosas perante a ONU".
O porta-voz adjunto do Departamento, Tommy Pigott, classificou a resolução em questão como "não séria e tendenciosa", além de "divisiva e politizada", e criticou o fato de que o "viés anti-Israel" prevalece sobre a diplomacia dentro da organização. "Continuaremos a implementar a Resolução 2803 - para acabar com a guerra em Gaza - e a promover a visão do presidente Trump de uma Gaza pacífica e próspera", acrescentou.
O Departamento de Estado não apenas aponta que a recente resolução da ONU se baseia nas "conclusões errôneas e incorretas" de um parecer consultivo não vinculativo, mas também considera o uso de tais pareceres como "uma zombaria do direito internacional".
"As opiniões consultivas não constituem uma base legislativa, e a ideia de que a Assembleia Geral da ONU pode obrigar qualquer nação a cooperar com qualquer organização é uma violação grosseira de sua soberania. Os Estados Unidos apoiam Israel em sua total rejeição a essa ideia", insistiu Pigott, chamando qualquer demonstração de apoio à UNRWA de "irresponsável" e "corrupta".
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