Publicado 08/05/2025 00:30

As autoridades de Gaza chamam os planos de Israel para distribuir ajuda humanitária de "guetos nazistas".

Barracas de palestinos deslocados na Cidade de Gaza
Omar Ashtawy/APA Images via ZUMA / DPA

MADRID 8 maio (EUROPA PRESS) -

As autoridades da Faixa de Gaza, controlada pelo Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), rejeitaram nesta quarta-feira "categoricamente" os planos de Israel de "estabelecer campos de isolamento forçado semelhantes aos guetos nazistas", em referência ao plano de distribuição de ajuda proposto pelo governo israelense.

O escritório de mídia do governo da Faixa disse em uma declaração publicada em seu canal Telegram que a proposta de Israel é um "prelúdio para a expansão do crime de genocídio em formas novas e mais brutais por meio do controle e da distribuição de ajuda humanitária dentro de planos de isolamento sistemático".

O plano israelense, anunciado no domingo, prevê a construção de instalações administradas por uma fundação internacional com financiamento de países e organizações filantrópicas. A população se dirigiria a esses centros uma vez por semana para receber um pacote de ajuda humanitária por família, com produtos suficientes para sete dias.

No início do dia, várias agências da ONU e ONGs que trabalham na Faixa de Gaza rejeitaram conjuntamente o plano, uma rejeição à qual se juntou, na segunda-feira, o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA), alegando que ele "não atende aos princípios humanitários fundamentais de imparcialidade, neutralidade e independência".

A agência disse que "confrontará isso como uma extensão do genocídio", referindo-se à repressão israelense nos últimos dezenove meses que, de acordo com a declaração, é uma "grave violação da lei humanitária internacional, das Convenções de Genebra e dos direitos humanos".

As autoridades de Gaza também denunciaram o fechamento das passagens de fronteira da Faixa por Israel, uma "grave violação de suas obrigações legais como potência ocupante", que impede a entrada de ajuda humanitária, alimentos, combustível e medicamentos, entre outros, e "levou ao fechamento de todas as padarias e ameaça o fechamento total dos hospitais".

O bloqueio, argumenta, "também representa uma política sistemática de fome que equivale a um crime de guerra e até mesmo a um genocídio total".

AS AUTORIDADES GAZATINAS RESPONSABILIZAM OS ALIADOS DE ISRAEL

"Consideramos a ocupação israelense e os estados cúmplices do genocídio, especialmente os Estados Unidos, o Reino Unido, a Alemanha e a França, totalmente responsáveis pela continuação desse crime". "Também consideramos os Estados cúmplices, inativos ou silenciosos responsáveis moral e legalmente por essa catástrofe humanitária", diz a carta.

As autoridades de Gaza também pediram que a comunidade internacional, as organizações humanitárias e de direitos humanos e a ONU "assumam suas responsabilidades legais e morais, intervindo imediata e urgentemente".

Eles também pediram aos países árabes e islâmicos que "assumam suas responsabilidades históricas e humanitárias" e "tomem medidas imediatas e sérias para salvar nosso povo palestino na Faixa de Gaza".

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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