Carlos Luján - Europa Press
Eles pedem que a secretaria organizacional de Rebeca Torró forneça explicações convincentes e conclua o dossiê.
MADRID, 7 dez. (EUROPA PRESS) -
A inquietação interna sobre o tratamento das alegações contra o ex-líder socialista Francisco Salazar continua a crescer no PSOE, mesmo entre os mais leais ao presidente Pedro Sánchez, de acordo com funcionários do partido que pedem que a Secretaria de Organização liderada por Rebeca Torró resolva essa crise.
A indignação está crescendo e se reflete em vários chats compartilhados por dirigentes e militantes do partido, nos quais eles lançam críticas muito diretas ao que entendem ser uma tentativa de "encobrir" os atos de assédio supostamente cometidos por Salazar.
"Os grupos estão pegando fogo", diz um deputado socialista, que alerta para o fato de as críticas virem até dos mais "pró-Pedrista". A sensação é de que há ainda mais indignação do que nos casos de suposta corrupção que levaram os dois últimos secretários de Organização, José Luis Ábalos e Santos Cerdán, à prisão.
Algumas dessas mensagens, às quais a Europa Press teve acesso, foram postadas por militantes que vinham apoiando abertamente Sánchez, mas que agora decidiram tornar públicas suas críticas a um caso que consideram "vergonhoso".
"O caso Salazar mostra que os partidos continuam defendendo ou encobrindo atitudes ou ações intoleráveis daqueles que acreditam ser 'um dos nossos'", diz uma militante que diz se sentir "envergonhada" e que supõe que tentaram enterrar o caso para proteger o membro do partido afetado.
Neste sábado, Sánchez admitiu em primeira pessoa o erro de ter levado meses para entrar em contato com os reclamantes e atribuiu a culpa à falta de pessoal no escritório antiassédio do PSOE que cuida do caso. Além disso, ele negou que continue a se relacionar com Salazar desde que ele foi afastado em conversa com jornalistas no ato de comemoração da Constituição no Congresso.
A FOTO DE PILAR ALEGRÍA
Grande parte das críticas é dirigida à porta-voz do governo, Pilar Alegría, que foi fotografada em novembro passado comendo em um restaurante em Madri com Salazar, quando já se sabia que havia queixas de assédio contra ele e que ele havia sido afastado.
Essa imagem prejudicou profundamente a credibilidade do PSOE, de acordo com as fontes consultadas, porque dá a impressão de que as ações tomadas não são sérias e são apenas "fachada", mera "postura" enquanto o vínculo com o partido e a liderança do governo é mantido.
A imagem transmitida às vítimas é que o relacionamento com Salazar continua, e ele continua a "assessorar", embora Moncloa negue categoricamente que continue a prestar qualquer serviço ao governo, ao PSOE ou ao PSC.
De qualquer forma, ele considera isso "desastrado" e até mesmo uma "piada" tanto para as vítimas quanto para o resto do partido, que está indignado por não ter entrado em contato com as vítimas até quatro meses após as denúncias terem sido apresentadas e somente depois que um meio de comunicação alertou sobre a inação.
NÃO PODE SER DEIXADO DE LADO
Por outro lado, um membro da Executiva Federal admite que não agiu com a devida diligência e não demonstrou a proximidade que se poderia esperar com as vítimas, e pede que a área de Organização de Rebeca Torró resolva o caso.
Em sua opinião, faltam explicações convincentes sobre o que aconteceu e o que o partido fez durante esse período, embora nesta sexta-feira Ferraz tenha tentado acalmar os ânimos com uma nota interna na qual admite não ter estado à altura da tarefa e detalha ponto por ponto os acontecimentos dos últimos meses.
Embora Salazar já tenha se retirado do PSOE e, portanto, nenhuma sanção interna possa ser aplicada a ele, esse líder pede que o processo seja concluído e que uma decisão final seja tomada para resolver uma crise interna "séria" e "desagradável".
O processo, ele ressalta, não pode ser indiferente e deve terminar com uma decisão clara da organização diante desses fatos e se eles forem finalmente comprovados após os testemunhos coletados.
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