Publicado 06/05/2025 06:49

António Costa vê a UE como um parceiro confiável em um momento de "baixa confiança".

O Presidente do Conselho Europeu, Antonio Costa, fala durante a 40ª Reunião do Cercle d'Economia, no Palau de Congresos de Catalunya, em 6 de maio de 2025, em Madri (Espanha). A edição deste ano está sendo realizada de ontem até amanhã, 7 de maio, sob o t
David Zorrakino - Europa Press

Seu objetivo é melhorar suas relações com o Mercosul, o México, a Índia, a Indonésia e a Tailândia.

BARCELONA, 6 maio (EUROPA PRESS) -

O presidente do Conselho Europeu, António Costa, considera que a União Europeia (UE) é "um parceiro confiável, comprometido com seus aliados e acordos internacionais", em um momento em que a confiança está, literalmente, em baixa.

Ele disse isso na terça-feira, na sessão "O despertar da UE: prioridades para fortalecer a Europa no mundo", durante a 40ª reunião do Cercle d'Economia, que está sendo realizada até quarta-feira no Palau de Congressos da Catalunha.

Lá, ele deu o exemplo do Ceta, um acordo comercial que elimina tarifas e reduz barreiras em praticamente todos os setores entre o Canadá e a UE, que aumentou as exportações de produtos da União para o país norte-americano em 26% em seus primeiros cinco anos.

"Agora é o momento de acelerar a negociação e a finalização de mais acordos comerciais, como o Mercosul, que será ainda mais vantajoso do que o nosso acordo com o Canadá. Nossos exportadores europeus economizariam 4 bilhões de euros em direitos alfandegários todos os anos", disse Costa.

Ele também enfatizou a necessidade de fortalecer sua rede de parceiros, entre os quais mencionou o México, a Índia, a Indonésia e a Tailândia, e destacou as próximas negociações com países como o Reino Unido, o Japão e a China.

TARIFAS

Em seu discurso, Costa disse que, diante da guerra tarifária com os Estados Unidos, a Europa "não deve responder ao protecionismo com mais protecionismo", mas deve encontrar soluções, literalmente, por meio do diálogo, por exemplo, eliminando as tarifas em ambos os lados do Atlântico.

"É uma proposta construtiva e estamos prontos para implementá-la", enfatizou o Presidente do Conselho Europeu.

Sobre as tarifas, ele disse que "elas aumentam os preços, geram incerteza e enfraquecem a todos", e é por isso que esse cenário representa, textualmente, uma imensa oportunidade para a Europa se mostrar como um parceiro confiável no mundo.

DEFESA

Costa também ressaltou que o atual contexto geopolítico exige que a Europa "saiba se defender".

Por esse motivo, ele saudou o anúncio feito pelo Presidente do Governo, Pedro Sánchez, de aumentar os gastos com defesa para 2% este ano.

"Em um mundo cada vez mais perigoso, a Europa deve saber como se defender, não apenas contra ameaças estritamente militares, mas também contra ameaças híbridas", disse ele.

ESTADOS UNIDOS

Por fim, Costa falou sobre a relação entre a Europa e os Estados Unidos, sobre a qual ele disse que ambos os lados deveriam negociar as responsabilidades de defesa que o velho continente deveria assumir.

"Desde Obama, eles nos disseram que precisavam que a Europa assumisse mais responsabilidades de defesa. A guerra tarifária não faz sentido porque, se quisermos aumentar nossas responsabilidades de defesa, devemos fortalecer nossas economias, não enfraquecê-las", insistiu.

Em sua opinião, essas negociações "não devem ser feitas pelo Twitter, mas conversando e resolvendo problemas".

A EUROPA "COMO A SAGRADA FAMÍLIA".

Em seu discurso, o líder europeu comparou a UE à Sagrada Família, aproveitando sua estadia em Barcelona.

"Trata-se de um projeto enorme, rebuscado, idealista, de dimensões históricas e com uma arquitetura tremendamente complexa, perpetuamente inacabado, embora seja concluído no próximo ano, e no qual todos estão fazendo sua parte para resolver os desafios de seu tempo", disse.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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