Publicado 31/10/2025 12:25

Anistia denuncia execuções extrajudiciais dos EUA em seus ataques a supostos traficantes de drogas

Ataque dos EUA a um "narco-boat" em 23 de outubro de 2025
DEPARTAMENTO DE DEFENSA DE EEUU

Ele lamenta a militarização da luta contra as drogas e pede aos republicanos no Congresso que "discutam" para interromper as operações.

MADRID, 31 out. (EUROPA PRESS) -

A Anistia Internacional acredita que a operação militar dos EUA contra supostos traficantes de drogas no Caribe é ilegal e que os mortos nesses bombardeios são, independentemente de estarem ou não cometendo atos criminosos, vítimas de execução extrajudicial, completamente fora do direito internacional.

"São ataques ilegais", disse o porta-voz da Anistia Internacional, Olatz Cacho, à Europa Press. "Não se trata de um conflito armado, nem os Estados Unidos estão sob ameaça iminente", acrescentou Cacho, antes de advertir que, ao declarar os cartéis como organizações terroristas, os Estados Unidos estão voltando à era imediatamente posterior aos ataques de 11 de setembro de 2001, repetindo suas perigosas consequências.

"Depois de 11 de setembro de 2001, houve uma ameaça real", reconheceu Cacho, antes de acrescentar que a militarização da reação dos EUA trouxe consigo uma "resposta desproporcional" cujos efeitos "têm sido vistos ao longo dos anos", como o vácuo de direitos humanos observado na prisão americana de Guantánamo para suspeitos de terrorismo.

Cacho faz eco às palavras de sua organização, que na quinta-feira insistiu que a interceptação de embarcações suspeitas de transportar drogas é uma operação que deve permanecer nas mãos das agências de aplicação da lei, sujeita à lei internacional de direitos humanos, onde se reflete que todas as pessoas têm o direito à vida e a um julgamento justo.

O porta-voz da Anistia lembrou, a esse respeito, que o próprio Secretário de Estado dos EUA (e Conselheiro de Segurança Nacional em exercício), Marco Rubio, admitiu na época que a Guarda Costeira poderia muito bem ter interceptado a primeira embarcação identificada como um barco do narcotráfico no início de setembro.

Em vez disso, a administração Trump decidiu entregar o comando tático aos militares, que passaram a usar força letal, desconsiderando o direito à vida de suas vítimas, sem um tribunal, em um ataque intencional: em resumo, uma execução extrajudicial.

INTERVENÇÃO DO CONGRESSO

Apesar da rejeição, no início deste mês, pela maioria republicana no Senado dos EUA, de um projeto de lei que teria restringido a capacidade da Casa Branca de ordenar tais ataques, a porta-voz da Anistia insistiu que a intervenção do Congresso continua sendo a "opção mais clara" para impedir esses ataques.

Cacho quis destacar que, dentro do Partido Republicano, há vozes críticas, como a do senador do Kentucky, Rand Paul, que se manifestou contra o que descreveu como uma "escalada militar" no Caribe instigada pelo presidente dos EUA e que poderia levar a uma incursão nos países de origem desses supostos traficantes de drogas, com a Venezuela ou a Colômbia na linha de frente.

"Há pessoas no Partido Republicano que não querem entrar em guerra com ninguém. O Congresso é a principal instituição do país e, no mínimo, é necessária uma discussão", disse o porta-voz, antes de apontar a contradição fundamental que marca a política externa dos EUA. "América em primeiro lugar", disse ela sobre o slogan de Trump, "mas depois eu intervenho onde quer que eu sinta vontade".

Finalmente, Cacho indicou que a Anistia Internacional está monitorando de perto a escalada militar mencionada pelo senador, especialmente na Venezuela, cujos déficits democráticos, também denunciados pela organização, não justificam uma invasão de um país estrangeiro.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

Contenido patrocinado