Dario Pignatelli/European Counci / DPA - Arquivo
BRUXELAS 2 dez. (EUROPA PRESS) -
A ex-alta representante da União Europeia Federica Mogherini e o ex-número dois de Josep Borrell no Serviço de Ação Externa da União Europeia (SEAE), Stefano Sannino, foram presos na terça-feira como parte de uma operação policial sobre uma suposta fraude na criação da academia diplomática europeia envolvendo o Colégio da Europa em Bruges e o Serviço Europeu de Ação Externa (SEAE) em Bruxelas, cujas sedes foram revistadas em uma investigação liderada pela Procuradoria Europeia (EPPO).
De acordo com o jornal belga "L'Echo", Mogherini, que se tornou reitor do Colégio da Europa em 2020, está entre as três pessoas sob custódia policial nesta operação. Horas depois, o jornal confirmou a prisão de Sannino, que foi secretário-geral do SEAE durante o governo de Borrell e atualmente é diretor-geral para o Oriente Médio e Norte da África na Comissão Europeia, além de vice-diretor do Colégio da Europa.
A operação tem origem em uma investigação sobre suposta fraude relacionada ao treinamento de jovens diplomatas com fundos europeus, disse a EPPO em um comunicado. Seguindo seu pedido, a polícia belga realizou buscas em vários prédios do Colégio da Europa em Bruges, na sede do SEAE em Bruxelas e nas residências dos suspeitos, e três deles foram presos.
Em uma coletiva de imprensa em Bruxelas, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Anitta Hipper, confirmou a batida na sede do serviço diplomático europeu, mas evitou entrar em detalhes, ressaltando que a operação está relacionada a atividades "do mandato anterior", ou seja, do período em que Josep Borrell esteve à frente do SEAE.
O foco do Ministério Público Europeu é o projeto da Academia Diplomática da UE, um programa de treinamento de nove meses para jovens diplomatas dos Estados membros, que foi concedido pelo SEAE ao Colégio da Europa na Bélgica em uma licitação para o ano acadêmico de 2021-2022.
As suspeitas se concentram no fato de que o processo de licitação do programa "violou a concorrência leal" e "compartilhou informações confidenciais relacionadas à licitação em andamento com um dos candidatos participantes".
Os fatos sob investigação remontam aos anos em que a diplomacia europeia era chefiada por Borrell, enquanto Mogherini, ex-chefe do SEAE, presidia a instituição educacional. Antes das buscas, a EPPO solicitou com sucesso o levantamento da imunidade de vários dos suspeitos.
Esses episódios foram relatados ao Escritório Europeu Antifraude (OLAF), pois poderiam constituir fraude em compras, corrupção, conflito de interesses e violação de sigilo profissional.
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