Europa Press/Contacto/Rizek Abdeljawad
Condições climáticas colocam em risco 1,5 milhão de pessoas deslocadas
UNRWA lamenta a "piora" das condições de vida dos palestinos
MADRID, 12 dez. (EUROPA PRESS) -
Pelo menos treze pessoas morreram e várias ficaram feridas em consequência do frio e das chuvas resultantes de uma tempestade polar que afeta a Faixa de Gaza, o que causou o desabamento de casas e danos a dezenas de tendas usadas por pessoas deslocadas devido à ofensiva militar de Israel após os ataques de 7 de outubro de 2023.
A maioria das vítimas fatais - seis - está concentrada no bairro de Bir al-Naja, na cidade de Beit Lahia, onde uma casa desabou, enquanto pelo menos duas pessoas morreram devido ao desabamento de um muro no bairro de Al Rimal, na Cidade de Gaza.
A isso se somam as mortes causadas pelas baixas temperaturas, especialmente no campo de Al Shati, onde também houve deslizamentos de terra e duas pessoas morreram. Além disso, duas crianças morreram devido às temperaturas extremas na Cidade de Gaza, de acordo com a agência de notícias palestina WAFA.
Na quinta-feira, um bebê de oito meses morreu devido às baixas temperaturas em Khan Younis, segundo informações do jornal Filastin, que disse que a barraca de sua família havia sido danificada pelas chuvas.
QUASE 1,5 MILHÃO DE PESSOAS DESLOCADAS EM RISCO
As chuvas causaram o desabamento de outros edifícios na mesma localidade e muitas pessoas tiveram que ser evacuadas de barracas inundadas. As autoridades de Gaza, controladas pelo Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), disseram em um comunicado que treze casas e cerca de 27.000 barracas foram destruídas.
"Confirmamos o que temíamos. A depressão polar 'Byron' se materializou tragicamente no local nas últimas horas. Essas condições deixaram chuvas torrenciais, inundações, ventos fortes e tempestades, colocando 1,5 milhão de pessoas deslocadas em risco de afogamento ou deslizamentos de terra", afirma o texto.
No total, as autoridades elevaram para doze o número de mortos e desaparecidos em decorrência dessa tempestade e lamentaram que mais de um quarto dos desabrigados tenha sido "diretamente afetado pelas enchentes e chuvas".
"Esses números refletem claramente um cenário trágico e recorrente contra o qual temos advertido repetidamente, onde dezenas de milhares de famílias lutam para sobreviver em tendas incapazes de resistir a ventos e inundações, em meio a condições climáticas extremamente perigosas e diante de um vergonhoso silêncio internacional", denunciaram.
Eles alertaram que essa "catástrofe climática" faz parte de um "desastre humanitário maior resultante da guerra genocida e do cerco injusto imposto pela ocupação israelense na Faixa de Gaza". "A ocupação continua fechando as passagens de fronteira, impedindo a entrada de ajuda humanitária e materiais de abrigo, bloqueando a entrega de 300.000 tendas, casas móveis e caravanas, e impedindo o estabelecimento ou o equipamento de abrigos alternativos para os deslocados", alertaram.
Eles criticaram essas "políticas desumanas", que "constituem uma grave violação do direito internacional e expõem milhares de civis a graves perigos", sem "alternativas seguras".
Por esse motivo, eles pediram que as Nações Unidas, as organizações internacionais e o presidente dos EUA, Donald Trump, bem como os mediadores e garantidores do acordo de cessar-fogo, "tomem as medidas necessárias imediatamente para facilitar a entrada de materiais de abrigo e suprimentos de emergência".
RISCO DE DOENÇA
A situação levou o Ministério da Saúde de Gaza a alertar sobre o risco de disseminação de doenças, especialmente problemas respiratórios entre crianças, idosos e doentes.
A UNRWA (United Nations Relief and Works Agency for Palestine Refugees in the Near East) lamentou que as condições de vida em Gaza "pioraram devido às fortes chuvas e às difíceis circunstâncias resultantes do genocídio israelense que continua nos últimos dois anos".
"As tempestades de inverno inundam as ruas e submergem as barracas temporárias em áreas superlotadas e insalubres. As ruas inundadas e os campos úmidos agravam as condições de vida já precárias, e alertamos que ambientes frios, úmidos e insalubres aumentam muito o risco de doenças e infecções", disse a agência em um comunicado.
Eles pediram assistência para o povo de Gaza para "evitar seu sofrimento". "A ajuda possibilitará o fornecimento de abrigo adequado e serviços médicos vitais. Esse apoio ajudará as famílias a enfrentar o inverno com segurança e dignidade.
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