Europa Press/Contacto/Mohammad Bashir Aldaher
As milícias curdo-árabes negam "categoricamente" as acusações: "A responsabilidade é das facções pró-governo".
A ONU pede "silêncio sobre as armas e que as negociações continuem para o bem de todos os sírios"
MADRID, 22 dez. (EUROPA PRESS) -
Pelo menos duas pessoas morreram e outras 15 ficaram feridas em um ataque na cidade de Aleppo, no noroeste da Síria, em meio a acusações das autoridades instaladas no país após a queda do regime de Bashar al-Assad e da milícia curdo-árabe Forças Democráticas Sírias (SDF) sobre sua suposta responsabilidade.
O Ministério do Interior da Síria disse que os mortos são "um jovem e sua mãe", e que a maioria dos feridos são mulheres e crianças, de acordo com uma declaração em seu canal Telegram, acrescentando que os feridos foram levados a hospitais para receber cuidados médicos.
O ministério disse que o Hospital Al Razi foi deliberadamente bombardeado enquanto os feridos chegavam, e que a equipe médica está fornecendo tratamento em meio a uma "escalada de tensões".
Anteriormente, o ministério disse que membros da SDF posicionados nos bairros de maioria curda de Seij Maqsud e Ashrafiyé haviam "traído" as forças de segurança interna estacionadas em postos de controle conjuntos e abriram fogo contra elas.
AS FDS NEGAM CATEGORICAMENTE AS ACUSAÇÕES DE DAMASCO
Por sua vez, a SDF "negou categoricamente as alegações das agências militares e de segurança favoráveis ao governo de Damasco" de que seus membros estão atacando bairros em Aleppo, afirmando que, de acordo com o acordo de abril, eles entregaram suas posições às forças de segurança interna.
"A responsabilidade recai sobre as facções fragmentadas alinhadas ao governo de Damasco, que vêm deliberadamente criando crises nos últimos quatro meses, sitiando os bairros de Seij Maqsud e Ashrafiyah, e realizando repetidas provocações e ataques contra a população civil, enquanto o governo não toma nenhuma providência", disseram.
Eles disseram que, apesar do acordo, o bombardeio de bairros residenciais que "está ocorrendo hoje é uma consequência direta das ações dessas facções, especialmente no oeste e no norte de Aleppo", e afirmaram que "de suas posições, eles estão lançando foguetes com trajetórias militares claras em direção aos bairros da cidade, com o objetivo de minar a segurança e incitar a agitação".
"Essas facções intensificaram ainda mais seus ataques, enviando tanques e artilharia para bombardear os bairros (...) em uma escalada perigosa que ameaça a vida de civis e a estabilidade regional", acrescentaram as milícias curdo-árabes.
A ONU PEDE O SILENCIAMENTO DAS ARMAS
O porta-voz do secretário-geral da ONU, Stephane Dujarric, confirmou que havia visto "relatos muito preocupantes de aumento dos combates" entre as forças de segurança do governo sírio e as SDF, dizendo que era "importante que as armas fossem silenciadas e que as negociações continuassem para o bem de todos os sírios, independentemente de religião ou etnia".
Questionado sobre os confrontos em uma coletiva de imprensa, Dujarric disse que é necessário que "todos retomem" as conversas que ocorreram no início deste ano sobre como integrar todos os grupos armados na Síria à estrutura nacional.
"Acho que a situação no local é frágil em termos de dinâmica intercomunitária", acrescentou, enfatizando que nos meses anteriores houve "sinais positivos de diálogo" entre Damasco e a SDF.
Embora o presidente transitório da Síria, Ahmed al Shara, tenha assinado um acordo com o comandante das SDF, Mazlum Abdi, em 10 de março, para a integração das instituições autônomas curdo-árabes ao Estado sírio, sua implementação foi adiada e levou a confrontos esporádicos.
Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático