Machado elogia a precisão e a perfeição da operação, vista como um "golpe monumental" contra o executivo de Maduro.
MADRID, 9 maio (EUROPA PRESS) -
As autoridades dos Estados Unidos negaram nesta quinta-feira que a saída dos opositores venezuelanos detidos na embaixada argentina em Caracas há pouco mais de um ano tenha sido resultado de uma negociação, como garantiu no dia anterior o ministro do Interior venezuelano, Diosdado Cabello.
A porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Tammy Bruce, disse que "rejeitava toda a premissa", quando perguntada sobre uma negociação envolvendo Cabello ou o presidente venezuelano Nicolás Maduro.
"Bem, antes de tudo, tenho que rejeitar toda a premissa. Não vou comentar nenhuma dessas afirmações, que nada mais são do que isso. Quando houver detalhes sobre o que aconteceu, vocês os ouvirão de nós e isso também pode soar como um filme, não sei. Mas o que eu sei é que essas pessoas estão agora fora de perigo, enquanto continuamos a trabalhar para tirar mais pessoas de perigo", disse ele em uma coletiva de imprensa.
A porta-voz do portfólio diplomático dos EUA também comentou sobre as notícias do jornal argentino "Clarín" de que agentes da inteligência dos EUA estavam envolvidos na operação.
"Para mim, parece um filme. Talvez daqui a alguns anos ou talvez cinco anos atrás. É claro que não vou comentar sobre fofocas, especulações e histórias inacreditáveis, mas no momento são histórias", disse Bruce.
Por sua vez, o enviado especial dos EUA para a América Latina, Mauricio Claver-Carone, saudou a "vulnerabilidade" dos serviços de segurança venezuelanos depois que essas pessoas deixaram a embaixada argentina em Caracas "debaixo do nariz de Maduro".
"Esse é um excelente exemplo das vulnerabilidades de seu sistema de segurança e de como os Estados Unidos podem trabalhar com seus parceiros para expor essas vulnerabilidades", disse Claver-Carone em uma entrevista à Bloomberg.
MACHADO COMEMORA "GOLPE MONUMENTAL" CONTRA O CHAVISMO
A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, expressou-se em termos semelhantes, assegurando que "isso será suficiente para várias temporadas da Netflix ou livros, longas-metragens", embora tenha evitado dar detalhes porque "para poder surpreender, é preciso agir com absoluta confidencialidade, sigilo e proteção das informações".
"A 'Operação Guacamaya' foi uma operação complexa, planejada com tanta precisão e executada com perfeição. Foi isso que aconteceu. E, obviamente, temos que proteger todos os envolvidos, porque (...) essa luta tem novos estágios e novas tarefas e propósitos a cumprir nos próximos tempos", disse ele em uma entrevista transmitida pela rede de televisão americana TVV em espanhol.
Machado saudou a saída dos opositores da embaixada argentina em Caracas como um "golpe monumental" contra o governo de Nicolás Maduro. "A Operação Guacamaya foi um golpe monumental contra essa estrutura repressiva, ou seja, imagine como se sentem hoje aqueles que deveriam reprimir e assediar os reféns", disse.
Por outro lado, explicou que a estratégia da oposição na Venezuela é "tratar o regime como o que ele é, uma estrutura criminosa, aplicando a lei", o que inclui "fechar as fontes de" financiamento do governo do país latino-americano, entre elas, "as licenças autorizadas para corrupção (ou) atividades ilícitas".
O chefe da diplomacia norte-americana, Marco Rubio, anunciou na terça-feira a chegada aos EUA dos cinco opositores venezuelanos que viviam como refugiados na embaixada argentina em Caracas desde março de 2024, diante da crescente repressão que precedeu as eleições presidenciais de 28 de julho.
Durante o ano passado, o governo venezuelano estabeleceu vigilância sobre o prédio e limitou o fornecimento de eletricidade e água à embaixada, que está sem atividade diplomática desde a suspensão das relações entre Caracas e Buenos Aires após as disputadas eleições.
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