BRUXELAS, 24 nov. (EUROPA PRESS) -
Os líderes da União Europeia (UE) avaliaram nesta segunda-feira a dinâmica das negociações entre a Ucrânia e os Estados Unidos para acabar com a guerra lançada pela Rússia, assegurando que foram dados passos na direção correta, embora insistam que o bloco terá a última palavra em questões como a aplicação de sanções contra Moscou, o uso de ativos russos congelados ou a adesão da Ucrânia ao bloco.
Falando no final da reunião informal dos líderes europeus em Angola, onde estão reunidos por ocasião da cúpula entre a União Europeia e a União Africana, o presidente do Conselho Europeu, Antonio Costa, disse que a reunião em Genebra entre as delegações americana e ucraniana, com a participação de aliados europeus e equipes da UE, "marcou um progresso significativo" no processo de paz após o plano de 28 pontos elaborado por Washington nas costas dos ucranianos e europeus.
"Saudamos esse passo à frente, ainda há algumas questões a serem resolvidas, mas a direção é positiva", disse Costa, observando que há um novo impulso nas negociações e enfatizando que as discussões entre ucranianos e americanos foram "construtivas" e houve "progresso" em várias questões.
De qualquer forma, o líder da UE reiterou o apoio à Ucrânia, incluindo apoio financeiro, insistindo que qualquer solução para o conflito deve ser "justa" e "duradoura". "A paz não pode ser uma trégua temporária, ela deve ser uma solução duradoura. A Ucrânia escolheu a Europa e a Europa estará ao lado da Ucrânia", enfatizou.
O ex-primeiro-ministro português enfatizou que a UE deve permanecer unida e deve avançar no processo de mãos dadas com a Ucrânia e os Estados Unidos, assegurando que o "objetivo comum" é parar a "guerra de agressão contra a Ucrânia".
A UE TEM A PALAVRA FINAL SOBRE SANÇÕES E ATIVOS RUSSOS
Costa também enfatizou que a UE terá a última palavra em questões que afetam diretamente o bloco e suas políticas em relação à Ucrânia, no caso de "sanções, política de ampliação e ativos congelados". Essas questões "exigem a participação e a decisão total da UE", enfatizou, apontando para o trabalho próximo e coordenado entre a UE, a Ucrânia, os Estados Unidos e a OTAN.
Por fim, ele insistiu que a UE manterá seu curso em termos de apoio à Ucrânia, garantindo que o bloco está comprometido em apoiar o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, a quem ele mencionou diretamente, para "todo o apoio de que ele precisa", incluindo apoio financeiro.
Tudo isso em um momento em que a UE está discutindo novas formas de apoiar Kiev economicamente e destinou o uso da liquidez dos ativos russos congelados na Europa como um novo mecanismo para sustentar a Ucrânia pelos próximos dois anos. "Comprometemo-nos a cumprir o prometido e o faremos no Conselho Europeu de dezembro", disse ele sobre o apoio econômico à Ucrânia.
VON DER LEYEN ACREDITA QUE HÁ UMA BASE SÓLIDA PARA AVANÇAR
Por sua vez, a presidente da UE, Ursula von der Leyen, disse que a coordenação europeia "permite que se faça um progresso significativo nas negociações para uma paz justa e duradoura na Ucrânia", ressaltando que, após a reunião de Genebra, "há uma base sólida para o progresso".
Com relação às próximas etapas, o chefe do executivo europeu pediu unidade e colocou os interesses da Ucrânia "no centro". "Trata-se da segurança de todo o nosso continente, agora e no futuro", disse ela.
Nesse sentido, ele reiterou que as linhas vermelhas européias são que o território e a soberania da Ucrânia devem ser respeitados. "Somente a Ucrânia, como país soberano, pode tomar decisões sobre suas forças armadas", disse ele, referindo-se ao ponto do plano dos EUA que limita o tamanho do exército ucraniano.
Ao mesmo tempo, ele defendeu a manutenção da "centralidade da Europa" no futuro da Ucrânia, ou seja, o apoio à sua segurança, anunciando uma reunião dos parceiros da coalizão dos dispostos a discutir futuras garantias de segurança para a Ucrânia. Ele também levantou iniciativas para permitir que as crianças ucranianas "sequestradas e desaparecidas" no contexto da agressão militar russa retornem ao seu país.
Outros líderes europeus, como o primeiro-ministro polonês Donald Tusk, insistiram que a base para a negociação "requer mais trabalho", observando que algumas das propostas são "simplesmente inaceitáveis", especialmente em relação à segurança.
"É especialmente importante que nenhum acordo enfraqueça de alguma forma a Polônia, a Europa ou nossa segurança", disse ele, insistindo que os europeus devem trabalhar com os americanos para garantir que os termos do acordo "não favoreçam o agressor", referindo-se à Rússia.
Na mesma linha, o presidente do governo, Pedro Sánchez, alertou que "muitos elementos ainda precisam ser discutidos" nas negociações de paz na Ucrânia, assegurando que o acordo alcançado deve garantir uma paz "duradoura" e não "efêmera".
A reunião, convocada com urgência em Luanda após os primeiros passos do plano de paz apresentado por Washington, nas costas de ucranianos e europeus, buscou cerrar fileiras na UE para promover um acordo que respeite os parâmetros ucranianos e leve em conta a arquitetura de segurança europeia.
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