Solicita à Síria que "evite que os drusos sejam prejudicados" em face dos confrontos sectários ocorridos em Jaramana nos últimos dias
22 mortos em combates entre uma milícia drusa e combatentes pró-governo
MADRID, 30 abr. (EUROPA PRESS) -
O exército israelense realizou nesta quarta-feira um bombardeio contra membros de um "grupo extremista" que supostamente se preparava para lançar um ataque contra membros da comunidade drusa nos arredores da capital síria, Damasco, no que as autoridades israelenses descrevem como "uma operação de alerta" diante dos últimos confrontos sectários no país vizinho.
O primeiro-ministro e o ministro da defesa de Israel, Benjamin Netanyahu e Israel Katz, respectivamente, disseram em uma declaração conjunta que, além do ataque, realizado em Sahnaya, o governo israelense "enviou uma forte mensagem ao regime sírio de que Israel espera que ele aja para evitar danos aos drusos".
Eles também prestaram homenagem aos drusos "mortos em defesa do Estado de Israel" e enfatizaram que "atribuem grande importância à realização do compromisso com a comunidade drusa em Israel e à proteção de seus irmãos na Síria". "Israel não permitirá que os drusos na Síria sejam prejudicados por um compromisso com nossos irmãos drusos em Israel, que estão ligados por laços familiares e históricos a seus irmãos na Síria", concluíram.
Fontes citadas pelo canal de televisão sírio Syria TV disseram que o ataque, realizado por um drone israelense, atingiu um grupo de membros das forças de segurança, matando uma pessoa e ferindo várias outras, sem descartar, por enquanto, que o número de vítimas aumente nas próximas horas.
Posteriormente, o chefe do Estado-Maior do exército israelense, Eyal Zamir, deu ordens para se preparar para "atacar alvos do regime na Síria se a violência contra os drusos não cessar", de acordo com um comunicado emitido pelas Forças de Defesa de Israel (IDF).
Ao fazer isso, a IDF enfatizou que "a IDF está monitorando os acontecimentos na Síria e as forças estão posicionadas e preparadas para a defesa e outros cenários", após meses de bombardeio contra alvos no país e a ocupação de territórios sírios após a penetração das Colinas de Golã.
Por sua vez, o ministro israelense para Assuntos de Jerusalém, Meir Porush, disse durante o dia que as autoridades estão cientes da "terrível situação na Síria" e prometeu agir para que "ninguém prejudique os drusos na Síria", conforme relatado pelo jornal 'The Times of Israel', no contexto dos protestos dos drusos israelenses que pedem intervenção no país vizinho em face dos combates mencionados acima.
22 MORTOS JÁ
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos elevou na tarde de quarta-feira o número provisório de mortos para 22 nos confrontos que eclodiram na quarta-feira entre uma milícia drusa e combatentes pró-governo nos arredores de Damasco, combates que eclodiram após a publicação nas redes sociais de uma mensagem considerada insultuosa ao profeta Maomé, atribuída a um clérigo druso, o que levou a uma campanha de "incitação sectária".
De acordo com relatos do portal de notícias sírio Jaramana News Network, as autoridades sírias e os dignitários de Jaramana chegaram a um acordo para acabar com as tensões, embora os confrontos tenham continuado nas últimas horas, enquanto o governo instalado na Síria após a queda do regime de Bashar al-Assad em dezembro prometeu que os responsáveis por esses eventos serão responsabilizados.
Um comandante de segurança citado pela agência de notícias oficial SANA confirmou o lançamento de uma operação de segurança na área de Sahnaya, onde as tropas foram posicionadas em todos os bairros para garantir a estabilidade.
O governo israelense, por meio da Defesa, enfatizou em 1º de março que o exército havia recebido ordens para se preparar para defender a cidade e seus residentes. A comunidade drusa é uma minoria na Síria, onde vive mais da metade dos cerca de um milhão de drusos do mundo. Parte dessa população vive nas Colinas de Golã, um território que Israel tomou da Síria durante a Guerra dos Seis Dias (1967) e a Guerra do Yom Kippur (1973) e anexou de fato em 1981, um movimento não reconhecido pela comunidade internacional.
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