Próxima reunião começará a delinear "estrutura geral" para o processo de diálogo, confirma Teerã
MADRID, 12 abr. (EUROPA PRESS) -
As delegações do Irã e dos Estados Unidos concordaram, após a primeira rodada de conversações indiretas realizada hoje em Mascate (Omã), em realizar a próxima reunião no próximo sábado, 19 de abril, sobre a negociação do programa nuclear da República Islâmica e o levantamento das sanções contra o país, com o objetivo de elaborar uma "estrutura geral" para o diálogo.
Isso foi confirmado pelo chefe da delegação iraniana, o ministro das Relações Exteriores Abbas Araqchi, que enfatizou a atmosfera cordial das conversas, um total de quatro trocas de pontos de vista, onde ambos os lados "expressaram suas opiniões" graças à mediação de Omã.
"Na minha opinião, a primeira reunião foi construtiva e ocorreu em uma atmosfera calma e respeitosa", disse o ministro em declarações divulgadas pela mídia oficial iraniana. "Não houve linguagem obscena e as partes demonstraram seu compromisso de avançar com as negociações para chegar a um acordo mutuamente desejável com base na igualdade", disse ele.
"Concordamos que a segunda rodada será realizada no próximo sábado e, na próxima reunião, entraremos em uma estrutura geral que pode ter um acordo e veremos até onde podemos continuar esse processo", concluiu Araqchi.
Anteriormente, o Ministério das Relações Exteriores do Irã disse que as negociações haviam ocorrido "em uma atmosfera construtiva baseada no respeito mútuo" com a representação liderada pelo enviado dos EUA, Steve Witkoff.
"A atmosfera das conversações entre o Irã e os Estados Unidos tem sido positiva", disse a equipe iraniana, após negociações que duraram cerca de duas horas e meia.
Além disso, embora o formato das negociações não incluísse uma reunião direta, o ministério iraniano confirmou que Araqchi e Witkoff acabaram se vendo e trocando opiniões por alguns minutos na presença do mediador, o ministro das Relações Exteriores de Omã, Badr al Busaidi.
Essas conversas são as primeiras do gênero desde que o primeiro governo de Donald Trump decidiu, em 2018, abandonar unilateralmente o chamado Plano de Ação Integral Conjunto, o histórico acordo nuclear assinado três anos antes entre Teerã e as potências mundiais (todos os membros do Conselho de Segurança da ONU, incluindo a Rússia, mais a Alemanha e a União Europeia).
O acordo comprometeu o Irã a garantir a natureza pacífica de seu programa em troca da remoção das sanções e, portanto, de sua reentrada nos mercados internacionais.
Trump acabou abandonando o acordo, uma conquista de seu antecessor Barack Obama, após alegar que o pacto não estava funcionando e que o Irã estava prestes a adquirir uma arma nuclear, apesar das constantes negações de Teerã.
Desde então, o Irã tem se distanciado cada vez mais de seus compromissos com a agência nuclear da ONU, a Organização Internacional de Energia Atômica. Em novembro do ano passado, em resposta a uma resolução condenatória da AIEA sobre a questão, o Irã anunciou a ativação de "um número substancial" de novas centrífugas avançadas de enriquecimento de urânio, depois de condenar a advertência como "politizada" e "destrutiva".
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